domingo, 27 de janeiro de 2019

Fator Onyx tumultua eleição ?


                                 

        Onyx Lorenzoni, o ministro da Casa Civil de Bolsonaro, parece embaralhar o resultado da eleição da mesa do Senado, ao expressar preferência pelo Senador Davi Acolumbre (DEM-AP), o que lhe rendeu críticas públicas do Major Olímpio (PSL-SP) - principal nome do partido do Presidente, e da própria Simone Tebet.(MDB-MS)
          Ele parece querer tumultuar o cenário político com essa jogada. O principal adversário a ser batido é o conhecido Renan Calheiros (MDB-Alagoas), a quem as usuais suspeitas de corrupção não são suficientes para barrar-lhe o caminho. O PSL tenta também dar suporte à campanha da emedebis-ta Simone Tebet (MS).
           Malgrado a usual pecha de corrupção, Renan continua favorito para a presidência - seria a sua quinta vez - , e em cenário fragmentado por nove senadores  que tentam ganha a presidência, salta aos céus que abrem caminho para a sua eventual vitória.
            Tradicionalmente, o Senado elege como presidente um representante da maior bancada. Atualmente,  é o MDB, com doze senadores.  Por isso, Renan e Simone são candidatos naturais.  Nesse sentido também, a senadora aposta na onda anti-Renan, em que se pede a renovação no comando da Casa. 
             Renan, que nega a sua candidatura, por ela trabalha continuamente.  Outro fator que ajuda a Renan é a confusão aprontada por Onyx Lorenzoni. Ele seria o único candidato a garantir a indepen-dência do Senado. Entrementes,  Renan também acena ao Governo, com a reforma da Previdência, que é prioridade da equipe econômica.
             Escusa acrescentar que outro fator a favorecê-lo é a confusão que envolve a Flavio Bolsonaro, com as suas movimentações financeiras pouco usuais e a ligação  com ex-assessores da milícia. Talvez por isso, Dias Toffoli decidiu manter como secreta a votação para a eleição da Mesa do Senado. Para um candidato desgastado pela corrupção junto à opinião pública, essa cortina de fumaça  não há de prejudicar, poupando aos seus eventuais apoiadores a publicidade - e o decorrente ônus - do apoio a um senador que tem doze inquéritos correndo contra ele, a maior parte vindo da Lava-Jato.

( Fonte:  O  Globo )

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