sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Imutável roteiro de tragédia ?


                                             
          O general Vladimir Padrino López - é o segundo Vladimir que apóia o podre regime da Venezuela, empós do 'amigo' Putin - ora vem a público, na companhia de todos os altos 'mandos' a que tem direito, para reiterar a força que empresta ao cambaleante regime chavista de Nicolás Maduro.
            Resplendem as condecorações, nas fardas com muitas medalhas - e é triste, melancólico e, sobretudo, imenso retrocesso para um país que, não fora o corrupto regime chavista, estaria nadando em dólares,  pelos imensos depósitos de petróleo que é considerado  dos mais preciosos do mundo, mas que a profunda incompetência do sucessor Maduro tem obrigado inclusive a vender veios valiosos a compradores oportunistas como Vladimir V. Putin.
             Ao ver a fotografia na Folha do "brass" (alto comando) perfilado e sintonizado no discurso do híper-comandante e Ministro da Defesa Padrino López, pensei nas centenas de manifestantes que juncam as ruas porque defendem a democracia, e por isso se aferram ao ramo de oliveira que agita  Juan Guaidó, este que se veste em jovem  coragem, e, em meio à tragédia venezuelana, ousa gritar que o rei está nu.
              Ali, no antigo berço do libertador Bolívar, estarão, em meio a fome, desespero e doença, as multidões de desesperados, que vêem aqueles em que acreditam, como Francisco López, enfurnados nas próprias casas, hoje transformadas em prisões domiciliares, e não será por mero acaso que hajam saído da circulação política.
               A crise venezuelana mudou-se, em aparência, para o Conselho de Segurança, mas os "defensores" do regime chavista, já comparecem naquele augusto areópago mundial para defender  causa que, em verdade,  não é a deles. Ali não vejo nenhum dos populares que ousam pisar as perigosas avenidas de Caracas - aonde pululam os alcaguetes e os ditos atiradores de "elite", encarregados de matar tanto pobres anônimos, quanto a gente corajosa que enfrenta a coalizão maldita das fardas luzentes e das ávidas mãos da insaciável ganância dos próximos de todos os poderes.
             E, não obstante, nesse asfalto quente do subdesenvolvimento que vai rumo à miséria,  está uma das razões do fracasso do chavismo e da própria inútil tragédia, cujos cartazes anunciam  - e de novo juntos! - a velha corrupção e sua eterna ajudante, a incompetência, de volta aos lúridos cartazes, a anunciarem o inglório feito de  produzir  esse coquetel maldito que submete um país antes afluente,  a que torna capaz de afogar-se no petróleo que é a sua maior riqueza.
             O povo ri - quando deveria chorar - das notas de bolívares espalhadas pelo asfalto. A sua desvalorização vai a tal nadir  - e é a indelével marca registrada da corrupta incompetência do regime de Maduro - que nem aos pobres aproveita colher do chão essas inúteis cédulas que o maquinal frenesi da hiper-inflação leva as impressoras do regime a produzirem...
                E não é que as coisas saíram tanto de lugar que levam o Kremlin a acreditar  possa ser esta a hora de fazer exigências, e de se apresentar como se fora credor de boa fé da barca sem timoneiro do regime neo-chavista que voga ao léu, em uma América Latina dividida.
                  
( Fonte:  O Globo. Folha de S. Paulo )

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