sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Erdogan, o Ditador

                               
        Ainda com o pretexto da tentativa de golpe de 2016, que teria vínculos com o clérigo Fethullah Gulen - asilado nos Estados Unidos e bête noire que justifica todos os excessos da virtual ditadura implantada por força da intentona contra o presidente Recep  Tayyip Erdogan - a dócil Justiça turca determinou a prisão de 35 pessoas, entre as quais nove jornalistas, no âmbito de investigação acerca de seus vínculos o "suposto inimigo nº 1" do regime.

         É uma razzia que reflete a mórbida desconfiança do ditador contra profissionais da imprensa, acadêmicos e profissionais liberais, que incorram no crime de serem críticos desse governo ditatorial. São nove pessoas, inclusive ex-colaboradores, cuja prisão é justificada  "por pertencerem a organização terrorista."

         Burak Ekici, um dos chefes de redação do jornal de oposição Birgun, anunciou sua detenção no Twitter. Segundo Ekici, a polícia avisou que apreenderia seu telefone e seu computador. A imprensa turca crítica a Erdogan - uma missão bastante perigosa no regime de Erdogan - e afirma que Erdogan aproveitou-se do golpe frustrado para ampliar o próprio poder e reprimir cada vez mais a dissidência.

          Os dados - decorrentes da paranóia do ditador - impressionam: demitidos mais de 138 mil funcionários, "suspeitos" de serem simpatizantes do terrível clérigo Gülen, que vive exilado na Costa Leste dos Estados Unidos.  De acordo com projeções de ONGs  que monitoram os direitos humanos, mais de cem mil pessoas foram presas. Ao menos, duas mil instituições de ensino foram cerradas.

          As organizações de defesa dos direitos humanos, e em especial da liberdade de imprensa, denunciam regularmente, os ataques de parte das autoridades turcas, especialmente depois da tentativa de golpe contra Erdogan.

            Em ranking de 2017 sobre a liberdade de imprensa, elaborado pela organização Repórteres sem Fronteiras, a Turquia ocupa o 155º lugar em uma lista de cento e oitenta países. Olé !



( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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