sexta-feira, 18 de agosto de 2017

CDA: 30 anos ontem

                                  

        A morte de nosso grande poeta Carlos Drummond de Andrade marcou o seu trigésimo aniversário ontem.
         Em 2002 se instalara na praia de Copacabana, no posto 6, a uns três quarteirões do prédio em que antes morava o poeta, a bela estátua de um dos nossos maiores vates do século passado - o outro, que vivia no centro, Avenida Antônio Carlos, é Manuel Bandeira,  que se juntou a Totônio Rodrigues,  já também dormindo profundamente (desde 1968).
         Que eu saiba Bandeira ainda não recebeu essa homenagem, a que também faria mérito. Tive a oportunidade de assistir  conferência sua sobre Maria Stuart na ABI. Ao contrário do provecto ar que, em geral, preside a tais ocasiões,  o poeta mostraria mais uma vez a sua auto-ironia, passeando na leitura de deliciosa palestra, em voltas e mais voltas no papelzinho em que resumira os principais dados da conferência. O  que costuma ser povoado por bocejos o seria pelos leves sorrisos de um conquistado público...
         Mas voltemos ao poeta das Alterosas, cuja leitura tanto marcou  minha juventude. Teve ele a sorte de ser retratado com grande perfeição e cercania da realidade. Vítima de vândalos - triste reflexo de uma queda para muitos geral - a estátua lograria por fim a necessária proteção. Agora esta dissipou-se e há motivos para temer que a boçalidade ambiente a ataque de novo.  De todo modo, há um processo de proteção em curso, que esperemos logre êxito.

            Mais perto de mim está a estátua no Arpoador de Antonio Carlos Jobim. Pode ser que com os anos ela cresça na sua relação com o público, como a de Drummond. Algo talvez lhe falte, e não sei se o passar dos anos cuidará de acrescentá-lo.

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