domingo, 1 de setembro de 2019

Repressão chinesa em Hong Kong


           
       Desafiando a repressão do governo chinês e a proibição de novos protestos de rua, manifestantes pró-democracia em Hong Kong voltaram às ruas,ontem 31 de agosto, jogaram bombas de gasolina em prédios oficiais e atearam fogo em barricadas nas ruas.                    
        A  Polícia revidou com gás lacrimogêneo e canhões de água.  Várias pessoas foram detidas, mas as autoridades não revelara quantas.
          Os protestos de ontem, 31 de agosto, que não tinham sido autorizados, marcaram o quinto aniversário do dia em que o governo chinês negara a possibilidade de eleições abertas em Hong Kong - em 2014 o movimento ficou conhecido como "Revolta dos Guarda-Chuvas".

           Consoante o correspondente do New York Times, ontem foi o dia de manifestações mais intenso desde que os protestos começaram, em junho, como uma reação à proposta de lei do Governo de Hong Kong para facilitar a extradição de dissidentes para a China continental.
               Como se sabe, por força da pressão popular, o governo do Território cedeu e suspendeu a tramitação do projeto.

                 Não obstante, a tensão não diminuiu.  Os manifestantes continuaram nas ruas, ampliaram o leque de reivindicações e pediram a renúncia de Carrie Lam, Chefe do Executivo do Território, então acusada de não defender os interesses da população e de ser subserviente a  Beijing.

                   Segundo observadores, Hong Kong enfrenta  a pior crise política desde que foi devolvida  pelo Reino Unido para a China em 1997.  Os protestos de rua já duram três meses. Analistas dizem que o governo chinês, envolvido em uma guerra comercial contra os Estados Unidos, optou por não reprimir de forma violenta, como é seu hábito, os protestos, para não criar  crise ainda maior.

                      No entanto, há sinais de que Beijng esteja perdendo a paciência com as manifestações. Não habituado ao diálogo e a eventual composição, o curto fio do pavio da ditadura de Xi Jinping tem singular preferência pelo modo brutal de induzir a outra parte seja à composição, seja à servidão. Sob o olhar nervoso dos observadores da antiga colônia, que acreditam ou querem acreditar na força do compromisso assumido por Beijing com o Acordo de 1997, e seus dois sentidos, nesta última quinta-feira, dia 29 de agosto, o Exército de Liberação Popular da China trocou suas tropas em Hong Kong. O governo garante que foi operação de rotina, mas testemunhas disseram  que a movimentação é consideravelmente maior do que aquela que seria a normal.
   
                        Nesta semana, três funcionários do governo chinês disseram à agência Reuters que Beijing rejeitara a proposta de cancelar o projeto de lei de extradição, e ordenou que Lam  não cedesse a nenhuma das exigências dos manifestantes.  Nesta sexta-feira, dia trinta, vários ativistas pró-democracia foram detidos, em operação que foi denunciada por associações de defesa dos direitos humanos como uma tentativa chinesa de silenciar a oposição em Hong Kong.
  
                         Será que Xi Jinping não acredita nos tratados internacionais, que presidem ao comportamento das Nações ? Ou pensa, como seu antecessor Hitler, no tempo do III Reich   Alemão, , que esses documentos  são apenas farrapos, a serem rasgados segundo a conveniência das grandes potências quando estas têm questões com as menores?

( Fonte: O Estado de S. Paulo )         

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