Desafiando
a repressão do governo chinês e a proibição de novos protestos de rua,
manifestantes pró-democracia em Hong Kong voltaram às ruas,ontem 31 de agosto,
jogaram bombas de gasolina em prédios oficiais e atearam fogo em barricadas nas
ruas.
A
Polícia revidou com gás lacrimogêneo e canhões de água. Várias pessoas foram detidas, mas as
autoridades não revelara quantas.
Os protestos de ontem, 31 de agosto,
que não tinham sido autorizados, marcaram o quinto aniversário do dia em que o
governo chinês negara a possibilidade de eleições abertas em Hong Kong - em 2014
o movimento ficou conhecido como "Revolta dos Guarda-Chuvas".
Consoante o correspondente do New
York Times, ontem foi o dia de manifestações mais intenso desde que os
protestos começaram, em junho, como uma reação à proposta de lei do Governo
de Hong Kong para facilitar a extradição de dissidentes para a China
continental.
Como se sabe, por força da
pressão popular, o governo do Território cedeu e suspendeu a tramitação do
projeto.
Não obstante, a tensão não
diminuiu. Os manifestantes continuaram
nas ruas, ampliaram o leque de reivindicações e pediram a renúncia de Carrie
Lam, Chefe do Executivo do Território, então acusada de não defender os
interesses da população e de ser subserviente a
Beijing.
Segundo observadores, Hong
Kong enfrenta a pior crise política
desde que foi devolvida pelo Reino Unido
para a China em 1997. Os protestos de
rua já duram três meses. Analistas dizem que o governo chinês, envolvido em uma
guerra comercial contra os Estados Unidos, optou por não reprimir de forma
violenta, como é seu hábito, os protestos, para não criar crise ainda maior.
No entanto, há sinais de que
Beijng esteja perdendo a paciência com as manifestações. Não habituado ao
diálogo e a eventual composição, o curto fio do pavio da ditadura de Xi Jinping
tem singular preferência pelo modo brutal de induzir a outra parte seja à
composição, seja à servidão. Sob o olhar nervoso dos observadores da antiga
colônia, que acreditam ou querem acreditar na força do compromisso assumido por
Beijing com o Acordo de 1997, e seus dois sentidos, nesta última quinta-feira,
dia 29 de agosto, o Exército de Liberação Popular da China trocou suas tropas
em Hong Kong. O governo garante que foi operação de rotina, mas testemunhas
disseram que a movimentação é
consideravelmente maior do que aquela que seria a normal.
Nesta semana, três
funcionários do governo chinês disseram à agência Reuters que Beijing rejeitara
a proposta de cancelar o projeto de lei de extradição, e ordenou que Lam não cedesse a nenhuma das exigências dos
manifestantes. Nesta sexta-feira, dia
trinta, vários ativistas pró-democracia foram detidos, em operação que foi denunciada
por associações de defesa dos direitos humanos como uma tentativa chinesa de
silenciar a oposição em Hong Kong.
Será que Xi Jinping
não acredita nos tratados internacionais, que presidem ao comportamento das
Nações ? Ou pensa, como seu antecessor Hitler, no tempo do III Reich Alemão, , que esses documentos são apenas
farrapos, a serem rasgados segundo a conveniência das grandes potências quando estas têm questões com as menores?
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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