sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Bolsonaro veta dezenove pontos da lei de abuso


                          
       O presidente Jair Bolsonaro sancionou ontem, cinco de setembro, a Lei de Abuso de autoridade com dezenove pontos vetados, que, ao todo, somam 36 dispositivos. O texto  aprovado na  Câmara dos Deputados em agosto, com 44 artigos, prevê punição a agentes públicos, incluindo juízes e procuradores, em uma série de situações.
           No Congresso, parlamentares da base governista e da oposição já articulam a derrubada dos vetos determinados pelo presidente.
            A lei e os vetos constam na edição extra do Diário Oficial da União publicada ontem (5.set.2019).  Bolsonaro rejeitou trechos que tratam da restrição ao uso de algemas, prisões em desconformidade com a lei, de constrangimento a presos e o que pune criminalmente quem desrespeitar prerrogativas de advogados. Há vetos também a dispositivos sobre perda do cargo como punição, obtenção de prova de forma ilegal, indução a pessoa para praticar infração penal com o fim de capturá-la, iniciar investigação sem justa causa e negar acesso aos autos de investigação.
               "Ninguém explicou em que medida o projeto poderia prejudicar o combate à corrupção. No entanto, as pessoas marginalizadas continuam mais vulneráveis ao abuso do Estado. O mais curioso é que o crime de desacato  continua em vigência e utilizado por agentes públicos para inibir o cidadão descontente que quer se manifestar.
                 Não há paridade entre autoridade e pessoa comum. Nem sequer há interesse das entidades de classe em buscar essa paridade.Se o cidadão comum reclamar da atuação de um agente público, poderá ser preso por desacato, mas não poderá reclamar do abuso de autoridade." (esses dois parágrafos acima foram extraidos de análise do Dr. João Paulo Martinelli, da USP)
                   "Parece que a maior prova de que há abuso de autoridade é que magistrados e membros do Ministério Público não confiam em seus pares em eventual acusação." (esse  último parágrafo foi igualmente extraído da análise do Prof. Dr. Martinelli )

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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