As cotações do petróleo
ontem subiram 18% nos mercados globais, depois que uma onda de ataques com drones neste fim de semana limitou à metade a produção de petróleo
da Arábia Saudita. Os sauditas e os Estados Unidos acusam o Irã pelos ataques,
mas Teerã nega. O atentado, feito por
dez drones e assumido pelos rebeldes
houthis do Iêmen, patrocinados pela teocracia iraniana, ameaça aumentar a
tensão no Oriente Médio.
O ataque de sábado à usina de
Abqaiq, na Arábia Saudita, e seu campo petrolífero causou a interrupção de produção de cerca de 5,7 milhões de
barris diários de petróleo, equivalente a quase 6% do suprimento diário
do mundo. O campo responde por 50% da produção saudita, que, por sua vez,
corresponde a 10 % da produção mundial de petróleo. O mundo consome quase cem
milhões de barris por dia.
"Uma interrupção no
fornecimento nessa escala é um evento extraordinário. Nenhuma interrupção desse
gênero ocorreu em décadas " disse Pavel Molchanov, analista de petróleo da
Raymond James, ao jornal Washington Post.
" A boa notícia é que há petróleo mais do que suficiente em estoque para
evitar a escassez do combustível. Não haverá filas nos postos de gasolina, como
na década de 1970,"
Como se verifica, o uso dos drones vêm crescendo e as suas
possibilidades de disrupção tática devem aumentar em um futuro mediato. Nesse
contexto, as consequências são múltiplas: além de danificar a infraestrutura
econômica, aumentar os cus-tos da segurança e espalhar o medo, a um custo
notavelmente menor, nas palavras de Wim
Zwijnenburg, pesquisador sênior da Pax,
uma organização holandesa.
"Os drones usados no ataque de sábado
(catorze de setembro) podem custar quinze mil dólares ou menos, e os houthis têm dezenas deles". Nesse
sentido, o pesquisador assinalou: Os drones
deram aos houthis uma vantagem porque são baratos, difíceis de detectar e
abater, e capazes de causar danos desproporcionais aos seu custo. Embora a capacidade exata dos houthis não
seja conhecida, ela se desenvolveu claramente ao longo do tempo."
A aliança dos houthis
com o Irã também levanta a possibilidade de que seu 'sucesso'se possa ser "compartilhado"
com outros grupos guerrilheiros alinhados ao Irã em outras partes da região.
"Essas são lições que podem ser aproveitadas por outros grupos xiitas no
Iraque, na Síria e no Líbano", disse o pesquisador.
É de notar-se que os drones já têm sido utilizados em bases sediadas em áreas do Oriente Médio, para atingirem alvos em Israel.
(
Fonte: O Estado de S.Paulo )
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