Transcorria a véspera
do feriado de sete de setembro de 2018, e boa parte do Brasil se preparava para
o Dia da Pátria. O Dr. Luiz Henrique Borsato, cirurgião da Santa Casa
de Misericórdia de Juiz de Fora, de plantão naquela tarde do dia
seis, enfrentaria em breve uma corrida contra o tempo.
Reconhecido, a justo título, como o "médico
que salvou Jair Bolsonaro" Borsato destaca a rapidez e a eficiência que
beneficiaram o atual presidente. "A primeira hora após o acidente é muito
importante. A medida em que o tempo vai passando, o paciente vai-se tornando
cada vez mais grave", disse Borsato ao Estado de S. Paulo. O atentado a
Bolsonaro completa um ano hoje.
O trajeto entre a Rua Halfeld, local do
atentado, e a Santa Casa, foi percorrido em pouco tempo, e em cerca de dez
minutos, Bolsonaro já recebia os primeiros procedimentos que salvaram sua vida.
"Estávamos no centro cirúrgico na
hora, e já havíamos realizado outras
cirurgias no dia. Ele foi levado para a equipe de médicos emergencistas, que
realizaram o primeiro socorro rápido, e fizeram a tomografia", diz
Borsato, que faz questão de recordar o trabalho de todos os envolvidos.
A hemorragia era um risco real para
Bolsonaro, que perdeu quase um terço do volume comum de sangue, necessitando de
quatro bolsas de reposição."Ele perdeu entre 1,5L e 2 L de sangue,isso
pois conseguimos intervir e parar o sangramento. É claro que, quanto mais perto
de um hospital com estrutura de socorro, o resultado será melhor."
No primeiro contato com o
paciente, Borsato descreve que "ele estava confuso e se queixava de dor,
não falou mais nada".
No dia seguinte, antes de ser
transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, Bolsonaro agradeceu ao
cirurgião por tudo o que havia sido feito.
Questionamento comum é o fato de
não ter havido sangue aparente após a facada. O cirurgião disse estar
acostumado a responder sobre o tema, e não se incomoda com as teorias
conspiratórias que envolvem seu trabalho. "Se não fosse uma figura
pública, ninguém falaria isso."
Separando o que considera
"ato político" do "lado médico", Borsato não acredita que
as desinformações tenham efeitos negativos, e destaca que "nossa vida
cotidiana, no último ano, continua a mesma". Para ele, tudo faz parte do
campo político, não sobre sua atuação técnica. "As pessoas são livres para
terem suas opiniões".
Por
fim, no caso da cirúrgia de hérnia, que será realizada neste domingo, oito de
setembro de 2019, a quarta no abdômen de
Bolsonaro, o Dr. Borsato afirma que, em algum momento, a mesma intervenção
provavelmente seria realizada. "Todo o paciente submetido a uma cirurgia
abdominal tem o risco de desenvolver hérnia."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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