sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Depoimento do Dr Luiz Borsato


                 

    Transcorria a véspera do feriado de sete de setembro de 2018, e boa parte do Brasil se preparava para o Dia da Pátria. O  Dr. Luiz Henrique Borsato, cirurgião da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, de plantão naquela tarde do dia seis, enfrentaria em breve uma corrida contra o tempo.
       Reconhecido, a justo título, como o "médico que salvou Jair Bolsonaro" Borsato destaca a rapidez e a eficiência que beneficiaram o atual presidente. "A primeira hora após o acidente é muito importante. A medida em que o tempo vai passando, o paciente vai-se tornando cada vez mais grave", disse Borsato ao Estado de S. Paulo. O atentado a Bolsonaro completa um ano hoje.
        O trajeto entre a Rua Halfeld, local do atentado, e a Santa Casa, foi percorrido em pouco tempo, e em cerca de dez minutos, Bolsonaro já recebia os primeiros procedimentos que salvaram sua vida.
        "Estávamos no centro cirúrgico na hora, e já havíamos realizado  outras cirurgias no dia. Ele foi levado para a equipe de médicos emergencistas, que realizaram o primeiro socorro rápido, e fizeram a tomografia", diz Borsato, que faz questão de recordar o trabalho de todos os envolvidos.
           A hemorragia era um risco real para Bolsonaro, que perdeu quase um terço do volume comum de sangue, necessitando de quatro bolsas de reposição."Ele perdeu entre 1,5L e 2 L de sangue,isso pois conseguimos intervir e parar o sangramento. É claro que, quanto mais perto de um hospital com estrutura de socorro, o resultado será melhor."
             No primeiro contato com o paciente, Borsato descreve que "ele estava confuso e se queixava de dor, não falou mais nada".
              No dia seguinte, antes de ser transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, Bolsonaro agradeceu ao cirurgião por tudo o que havia sido feito.
             Questionamento comum é o fato de não ter havido sangue aparente após a facada. O cirurgião disse estar acostumado a responder sobre o tema, e não se incomoda com as teorias conspiratórias que envolvem seu trabalho. "Se não fosse uma figura pública, ninguém falaria isso."
                 Separando o que considera "ato político" do "lado médico", Borsato não acredita que as desinformações tenham efeitos negativos, e destaca que "nossa vida cotidiana, no último ano, continua a mesma". Para ele, tudo faz parte do campo político, não sobre sua atuação técnica. "As pessoas são livres para terem suas opiniões".
                   Por fim, no caso da cirúrgia de hérnia, que será realizada neste domingo, oito de setembro de 2019,  a quarta no abdômen de Bolsonaro, o Dr. Borsato afirma que, em algum momento, a mesma intervenção provavelmente seria realizada. "Todo o paciente submetido a uma cirurgia abdominal tem o risco de desenvolver hérnia."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: