Com a saída do
autoritário John Bolton da Segurança Nacional, o Secretário de Estado, Mike
Pompeo, terá mais latitude para tratar de política externa.
Sem o estilo "trator" de
Bolton, Mike Pompeo, sem ser nenhum Talleyrand, terá melhores condições para
dispor de mais autonomia para atuar na área que habitualmente se reserva ao
Secretário de Estado.
Assinale-se que desde sua posse,
Pompeo tem procurado manter boas relações com o Presidente. Como a imprensa
refere, Pompeo é jeitoso e não há de esquecer que com o temperamento de seu
Chefe, atenção e prudência se impõem.
Alcunhado de Dr. Não, Bolton,
quando ascendeu às alturas de Conselheiro de Segurança Nacional - uma posição
que fora ocupada pelo dr.Henry Kissinger - não tentou mudar o próprio
estilo-trator,e foi em grande parte esse traço da personalidade que acabaria
por determinar-lhe a queda. Se Pompeo vier a tropeçar - por causa do
temperamento de Trump - não será por falta de cautela.
Tampouco seria o caso de
minimizar o temperamento abrasivo de Trump. Assim, a chamada volta ao Departamento de Estado, i.e., maior
poder a Mike Pompeo precisa também de ser relativizada. Pois o maior peso, em
termos do conselheiro de Segurança
Nacional, teve a ajuda em que os temperamentos de Trump e de Bolton tinham o
mesmo viés autoritário - o que explica a relativa duração no cimo do poder de
alguém com o temperamento de John Bolton.
Nesse ambiente de corte
que por vezes caracteriza as relações de poder - como tende a ser o caso com um
personagem como Trump - a prudência será sempre boa conselheira.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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