Maduro anunciou ontem
que desistiu de ir à Assembleia Geral das Nações Unidas. Em meio à crise do
chavismo e receando ser vitima de tentativa de golpe de "aliados", o
presidente declarou: "Este ano não vou. Ficarei aqui trabalhando com
vocês, mais seguro e mais tranquilo."
Em seu lugar, seguirão a
vice-presidente, Delcy Rodriguez e o ministro das relações exteriores, Jorge
Arreaza. Os dois prometeram levar ao Secretário-Geral das Nações, o português
Antonio Guterrez, um abaixo assinado com doze milhões de assinaturas contra as sanções impostas pelos Estados Unidos à
Venezuela.
O Departamento de Estado acusou
o governo chavista de vincular as assinaturas da população à entrega de cestas
básicas, em meio a uma grave crise de escassez de alimentos e remédios - o que
Maduro nega.
Em março, o lider da oposição,
Juan Guaidó, liderou tentativa de deposição
de Maduro, que teria contado com
o apoio de alguns setores do Exército. Desde então, o lider chavista redobrou a
preocupação com dissidências internas, principalmente nas Forças Armadas.
Consta, outrossim, que
Washington mantenha canais informais com dois dos principais personagens do chavismo, o Ministro da
Defesa, Vladimir Padrino e o número dois do chavismo, Diosdado
Cabello, que é acusado de corrupção e narcotráfico.
Como se sabe, nesta
quarta-feira, a OEA aprovou a convocação de reunião que pode reativar o Tratado
Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR). Esse pacto, que é da época da
Guerra Fria, prevê mecanismo de defesa mútua e é considerado uma forma de
justificar, em último caso, uma intervenção militar na Venezuela.
Guaidó defendeu o Tiar
como forma de pressionar Maduro. Não obstante, o Itamaraty rejeita a possibilidade de usar a força
para derrubar o regime O chanceler da Venezuela, Arreaza, disse ontem que
o governo chavista está pronto para se defender de qualquer ameaça do
Tiar."Estamos preparados para nos proteger. Nós não vamos permitir que
ninguém pise no sagrado solo venezuelano. Responderíamos. Mas tomara que nunca
aconteça", disse o Ministro do Exterior, Jorge Arreaza.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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