terça-feira, 3 de setembro de 2019

Bactéria STX, zika e microcefalia no Nordeste


           

    Estudo realizado por brasileiros indica que o vírus do zika pode não ter sido o único causador da severa incidência de casos de microcefalia no Brasil, a partir de 2015.  Nesse sentido, cientistas demonstraram que más-formações congènitas, notadas sobretudo no Nordeste, podem haver sido agravadas por bactéria presente na água.

        Com efeito, pesquisa realizada pelo Instituto D'Or (IDOR), Fiocruz e pelas Universidades Federais do Rio de Janeiro e Rural de Pernambuco (UFRJ e UFRPE), demonstrou que a saxitoxina (STX), toxina liberada por bactéria encontrada em reservatórios de água, é capaz de acelerar a morte de células neuronais também expostas à infecção pelo zika.
         O fenômeno foi observado pelos pesquisadores em experimentos realizados em camundongas grávidas e em mini-cérebros humanos. Em ambos os casos, a presença de STX associada ao zika acelerou em mais de duas vezes a destruição de células do cérebro.

           Na mesma pesquisa,os cientistas também descobriram que a prevalência da cianobacteria Raphidiopsis raciborskii e da toxina produzida por ela era significativamente maior nos reservatórios de água do Nordeste, do que em outras regiões. Essa descoberta terá ajudado a explicar porque os Estados nordestinos foram os mais afetados pelo zika. Com efeito, do total de casos de sindrome congênita de zika no País, de 2015 a 2018,  63%  foram no Nordeste.
                Sem embargo, um dos financiadores do estudo, o Ministério da Saúde afirmou que ainda não se pode dizer que a relação entre toxina, zika e microcefalia observada nos camundongos tenha efeito em humanos, mas destacou que "os achados científicos são importantes para a próxima fase do estudo, que irá avaliar a  correlação com a água."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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