quinta-feira, 12 de setembro de 2019

OEA: TIAR para pressionar Maduro


                        
         A  OEA ativou ontem o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca. (TIAR), com vista a pressionar Maduro. O pacto abre caminho para, esgotadas outras alternativas diplomáticas, uma intervenção na Venezuela.
              A ativação do TIAR foi debatida ontem, onze de setembro,em reunião da OEA em Washington.  Compareceu o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo. Dentre as cláusulas do Tratado,  estão a intervenção militar em países que "coloquem em risco a estabilidade continental", além de ruptura de relações diplomáticas e  interrupção parcial ou total das relações econômicas.
                A medida foi aprovada por doze votos a sete.  Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Guatemala, Haiti, Honduras, El Salvador, Estados Unidos, Paraguai, República Dominicana e Venezuela (representada pelo emissário da oposição, Gustavo Tarre), apoiaram o resgate do Tiar, e marcaram nova reunião para debate o assunto na segunda quinzena de setembro, sem especificar data ou local.
                   Trinidad e Tobago, Uruguai, Costa Rica, Chile e Peru se abstiveram. As Bahamas - por conta do furacão Dorian - não compareceram.  Costa Rica, Chile e Peru tentaram incluir  emenda que excluiria a intervenção militar, proposta que foi rejeitada (com o voto do Brasil).
                      O Secretário de Estado Mike Pompeo destacou que a aprovação do TIAR demonstra que Maduro tem uma "influência desestabilizadora" na região. "Maduro não só ameaça o povo venezuelano. Suas ações ameaçam a paz e a segurança dos vizinhos da Venezuela", declarou Mike Pompeo.
                         Nesse sentido, o governo estadunidense assegura que a invocação do TIAR não representa uma ação armada, mas apenas estabelece um marco jurídico dentro do qual os países da região podem "exercer ainda mais pressão" para provocar uma "mudança democrática" na Venezuela. A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela Oposição, aprovou em julho o retorno do país ao Tiar, um tratado firmado no Rio de Janeiro, em 1947. O principal centro do Acordo é a segurança coletiva, na qual um ataque contra um dos membros será considerado como um ataque contra todos.

Meio de Proteção.  Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos usaram o TIAR como um dos instrumentos da Doutrina Monroe. O acordo,porém, se enfraqueceu durante a Guerra das Malvinas, quando a Argentina invocou o tratado para obter apoio americano - e não conseguiu. Analistas acreditam que a decisão de ressuscitar o Tiar, além de mecanismo de pressão contra o chavismo, poderia ser forma de proteção à Colômbia, em razão do exercício militar venezuelano realizado na fronteira (V. blog de ontem).\

(Fonte: O Estado de S. Paulo )

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