Cresce a truculenta
repressão das forças da segurança em Hong Kong, num paroxismo que lhes reflete a exasperação crescente, diante da óbvia e para elas insuportável contestação dos manifestantes pró-democracia,
que persistem no propósito de mobilizar-se pela liberdade do território,
pactuada na cessão para a RPC em 1997, o que nada tem a ver com a criação da
República Popular da China, em 1949. Já a raiva expressa nessa violenta
perseguição, pelas forças de segurança, reflete a resposta mais agressiva lançada
pela polícia nas 17 semanas de manifestações no território, como se a floração
democrática não fosse bem-vinda, constituindo
na verdade para Beijing uma afronta às comemorações pela fundação da nova
China, em que o espírito da liberdade tampouco é decerto bem-vindo, como se a
truculência repressiva viesse pela sua vil contundência tentar esmagar a grei
daqueles que persistem em expressar o quanto admiram e valorizam o que o espírito da liberdade para eles
significa, malgrado os espinhos com que as forças da repressão tentam
enlaçá-lo e sufocá-lo.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário