A União Europeia deu ontem prazo de duas semanas para que o primeiro ministro inglês, Boris Johnson,
apresente sua proposta para substituir o atual 'backstop', mecanismo que
impede o restabelecimento de fronteira física
entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, esta um província do Reino Unido,
após a implementação do Brexit.
Em
Paris, Emmanuel Macron, presidente da França, e Antti Rinne, primeiro ministro
da Finlândia - que ocupa a presidência rotativa
da U.E. - após o encontro, os dois se disseram "preocupados"
com o andamento das negociações. "Johnson tem de apresentar uma proposta
por escrito - se é que ela existe", reclamou Rinne. Se não recebermos nada até o fim de setembro, então a negociação está
encerrada. "
Ontem, 18 de setembro, o Parlamento Europeu colocou pressão adicional
sobre o primeiro ministro britânico, ao aprovar a possibilidade de uma extensão
do prazo do Brexit - marcado para 31 de outubro - caso o Reino Unido peça e
somente se Johnson justificar em detalhe o pedido. A ampliação do prazo só
será discutida pelos líderes europeus na cúpula de Bruxelas (17 e 18 de outubro p.f.).
Nesta segunda, Johnson foi ao Luxemburgo, e se reuniu com Jean-Claude
Juncker, presidente da Comissão
Europeia, Michel Barnier, chefe da União Europeia nas negociações do
Brexit, e com Xavier Bettel, primeiro ministro do Luxemburgo. Segundo o
jornal The Guardian, o primeiro ministro
inglês mostrou surpresa ao ser informado sobre a complexidade da questão
irlandesa.
Para substituir o famoso "backstop" - que o parlamento inglês
já rejeitara por três vezes quando proposto pela antecessora Theresa May -
segundo The Guardian diplomatas presentes à reunião confidenciaram que Boris
Johnson demonstrou surpresa ao ser informado sobre a complexidade dessa questão
irlandesa.
Uma das "ideias" de Johnson para substituir o dito
"backstop" seria manter livre a circulação de animais e alimentos
entre as duas Irlandas - evitando-se dessarte os postos de checagem. E mais um
dos truques do atual Primeiro Ministro inglês se provou ineficaz: funcionários
de alto escalão tanto do Reino Unido, quanto autoridades euro- peias disseram que
Juncker e Barnier detalharam os aspectos
técnicos e explicaram que a
proposta em tela não resolveria o trânsito de outras mercadorias.
O empalidecimento de
Johnson mostrou o desconforto que tais precisões técnicas lhe causaram. Consoante o Financial Times, o primeiro ministro se voltou para seu
principal negociador, David Frost, e
para o secretário do Brexit, Stephen Barclay, e queixou-se de ter sido mal informado. "Quer dizer que minha proposta não
resolveria o problema da fronteira
(irlandesa) ?" Mais tarde, o governo britânico negaria que Johnson estivesse surpreso com a complexidade
do tema...
(
Fonte: O Estado de S.Paulo )
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