Chocou o país - se tal ainda é possivel - o brutal assassinato de Zé Gomes, candidato a prefeito pelo PTB da cidade goiana
de Itumbiara.
O autor dos
disparos - que também feriram o
vice-governador do Estado, José Eliton (PSDB) - foi o funcionário público Gilberto do Amaral, logo em seguida também
abatido, no tiroteio subsequente com a polícia.
A violência
no processo eleitoral brasileiro é inquietante presença - que não parece fazer
jus da sociedade e da mídia tanto a atenção, quanto as providências de que é
manifestamente carente.
O Ministro Gilmar Mendes - presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro efetivo do Supremo Tribunal Federal)
- qualificou de "chocante" o episódio.
Nesse
sentido, o presidente do TSE contactou o Ministro da Justiça, Alexandre de
Moraes, e encareceu agilidade na apuração do grave atentado.
A violência
no processo político eleitoral é realidade que, muita vez, se vê empurrada para
as páginas internas e as letras miúdas dos periódicos. Careceria, contudo, de ser contextualizada na
sua preocupante frequência, eis que desde
junho de 2016, 45 pré-candidatos ou candidatos foram objeto de ataques por arma
de fogo, sendo que 28 deles perderam a vida.
Consoante o professor de direito da
Fundação Getúlio Vargas (FGV), Michael Mohallen, o nosso país sempre
foi marcado pela violência no período pré-eleições. Uma das teses disponíveis,
seria a da involução para o campo criminal. Segundo os seus adeptos, nesse momento de escolha de representantes nos
poderes executivo e legislativo, grupos
criminosos se serviriam de políticos como meios para tentar ampliar suas redes
de influência e poder.
Tampouco
se deveria esquecer quanto às
características desse processo e a sua intrínseca possibilidade de empurrar, sob determinadas circunstâncias, os
grupos em disputa para a radicalização. Tal involução, no entanto, dependerá necessariamente
das condições locais, das características da sociedade e de sua eventual inclinação para o recurso à
violência.
(Fonte: Folha de S. Paulo)
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