Ao contrário da outra expressão, esta acima
não é um simples expletivo, sinal de pontuação ou mirífica chave de acesso à Terra da Cuccagna, terra essa que todos sabemos não existe, mas que pode
servir como senha de acesso à realidade que, ou está perdida, ou como na corrida dos lemingues, está por perder-se.
A realidade do PT tem várias datas para
marcar-lhe a derrocada. A Lava-Jato,
que eles mais detestam, seria talvez a mais eficaz e, por conseguinte, aquela
que mais os traz às plagas da realidade.
Agora, introduzo o Fora Dilma!, um pouco atrasado, é verdade, mas deve-se acrescentar
que a preocupação não é tanto a da realidade - que isso, como sabemos, não
interessa à boa gente do PT - mas a sua presença como metáfora, com pretensões à
substituir-se à situação presente, com todos os problemas que tal acarretaria.
Fora
Dilma! é grito contra a hipocrisia, contra a república de mentirinha,
contra a inflação, contra a desordem nas contas, contra o Petrolão, contra o desemprego, contra a demagogia, contra, enfim, toda a empulhação dos governos do PT.
O Fora
Dilma! é também um grito contra o fatiamento,
contra a desmoralização em temas constitucionais, contra todo o gênero de
patranha que vise a manter, de alguma forma, pairante e, por conseguinte,
presente tal imagem de personagem que tanto mal acarretou ao Brasil, trazendo
de volta a inflação, e todo o seu chorrilho de baixo-nível e achaques.
Dilma Rousseff, no seu segundo mandato,
foi objeto de um processo constitucional de impeachment.
Tal processo foi acionado não pelo
ex-deputado Eduardo Cunha, como alegada vingança contra a Presidenta.
O impeachment
foi decorrência de processo constitucional, que foi iniciado por um ex-petista,
figura histórica daquele partido que hoje desapareceu, pois então era ético e
jacobino[1].
Por conveniência, se esquece que quem se valeu desse recurso de última
instância constitucional, foi um dos fundadores do PT, que dele se afasta
quando estoura a roubalheirão do Mensalão. Trata-se de Hélio Bicudo, fundador e militante
histórico de um antigo PT, que por suas características de severidade,
honestidade e rigor republicano, infelizmente nada mais tem a ver com o partido
não só do Mensalão, mas do Petrolão e da desbragada corrupção,
inaugurada pelos governos de Lula da Silva, e continuada pela administração de Dilma
Vana Rousseff.
Dilma é hoje uma cidadã, como
qualquer outro. Sobre ela não caíu raio cuja procedência seja ignorada, mas sim
providência republicana causada pela própria gestão temerária da cousa pública.
As ditas pedaladas fiscais que desrespeitavam o poder constitucional do
Congresso são a última gota.
Por desgraça, ainda enfrentaremos
por muito as inúmeras infaustas consequências dessa irresponsável gestão da
economia: corrupção, inflação,
desemprego, recessão e queda no ranking
da competitividade.
Se ela não é a principal culpada
pela situação em que o Brasil se encontra - bem sabemos quem é o verdadeiro
responsável.
A esse propósito, me parece
oportuno relembrar lição que aprendi a
posteriori de quando ela me foi ministrada.
Vivíamos então na doce ilusão de
que a eleição de Lula em 2002 surgia não só como aspiração nacional, mas também e sobretudo como
realização da História. Por isso, eu e mais o companheiro Rezende perguntamos
ao velho colega Pedro Neves da Rocha porque ele também não se associava à ampla
rede de apoio da cidadania ao então candidato do PT, predestinado já a galgar a
Presidência da República. A resposta do
amigo Pedro, hoje ausente, nos surpreendeu pela singela razão: não voto para presidente em que não tenha galgado
ao grau superior nos seus estudos. Se o que nos disse à época, me pareceu absurdo,
prepóstero mesmo, a convicção aparente me levou a não mais levantar a questão,
por mais desavisada que então me parecera a sua postura.
E, no entanto, se Pedro
desde muito não mais está entre nós, isso não é razão para que não se concorde
em quão acertada e sensata foi a sua decisão na matéria.
(
Fonte: Cartas ao Amigo Ausente )
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