A vitória de
Hillary Clinton no debate que abre a série de quatro, não se pode dizer que
surpreenda. Temerosa a princípio, ela não se atrevia a ataques mais declarados.
O inimigo mais perigoso será aquele que se desconhece. E por isso o debate
custou a ganhar força própria.
Mas foi o conhecimento do adversário e
de suas limitações que iria dar uma nova feição ao embate.
Com o passar dos minutos, Hillary foi
ganhando confiança. As limitações de Donald Trump foram aparecendo. Ressurgiram
tópicos que se pensava estivessem superados, como a tese do
Dado o caráter errático do debatedor, a
sua capacidade de ressuscitar temas como o do Obama não-americano e sim nascido
no Quênia pouco ou nada tinha a ver com a lógica.
E por aí ela foi ganhando confiança,
como alguém que se preparou com esmero e concentração para enfrentar Trump
bicho-papão, e que acaba por dar-se conta que Donald é o que está em oferta ao
Povo americano, com todas as suas contradições e raciocínios atravessados.
Por isso, o sorriso de Hillary se
alargaria mais, ao inteirar-se do comportamento do adversário, e dos seus
passos em falso.
Cresceu a empatia com o público e ela
era consequência de dois fatores: a séria preparação para o duelo e a
progressiva consciência de que era crescente o seu controle do debate.
O público se ia conscientizando da
maior desenvoltura da candidata democrata, desenvoltura essa que provinha do
seu estudo do adversário, da consequente
realização das respectivas falhas na articulação do argumento, e a inexorável
abertura de pontos em descoberto que se prestavam à maravilha para a sucessão
das frases cortantes, e da consequente empatia com o público.
Tudo isso iria contribuir para
apresentar um debate que, após os avanços cautelosos e guardados, a consequente
confiança e a certeza de manter o combate verbal sob controle, contribuíu para
desenhar um resultado ainda mais à feição da democrata, enquanto o campo adversário
mostrava tanto no semblante de Trump, quanto nas reações da assistência quem realmente
prevalecia.
O moderador do debate foi forçado
a intervir mais do que é consueto, pelos
seguidos deslizes de Trump quanto às
regras estabelecidas. Foram tantos que houve gente que interpretasse as
consequentes intervenções do árbitro como prova de parcialidade. Na verdade,
enquanto força da natureza, o candidato republicano verá muitas de suas
atitudes contestadas, por desrespeitarem essas mesmas regras que existem para serem implementadas pela mesa. Daí os
entreveros e a impressão de eventual favorecimento de Hillary, e de aparente
desequilíbrio na aplicação das regras.
Impressão essa que um exame mais
acurado desfará com relativa facilidade. Na verdade, queixas à parte, o próprio
Trump reconhece "que foi prejudicado" e que "será mais
agressivo". É o canto universal do perdedor da vez.
Vejamos o que nos reservam os
seguintes debates. Pelo que valhe, o primeiro já marcou vantagem para Hillary
Clinton, de que, na linguagem universal de perdedor, até o adversário passou
recibo.
(
Fontes: CNN e O Globo )
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