quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Defesa de Lula investe contra Moro

                              

         Os defensores do ex-Presidente Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, afirmam em nota que "não causa surpresa" a decisão de Moro pela abertura do processo, "diante de todo o histórico de perseguição e violação às garantias fundamentais pelo juiz de Curitiba em relação ao ex-presidente".
         Continuando na mesma linha, para os advogados, a ação contra Lula "é um processo sem juiz enquanto agente desinteressado e garantidor dos direitos fundamentais."
         Consoante a defesa, "nem mesmo os defeitos formais da peça acusatória e a ausência de uma prova contra Lula, como amplamente reconhecido pela comunidade jurídica, impediu que o referido juiz levasse adiante o que há muito tempo havia deixado claro que faria: impor a Lula um crime que jamais praticou".
         Os defensores também criticaram o procurador da República Deltan Dallagnol, um dos coordenadores  da força-tarefa do Ministério Público na Lava-Jato, que em entrevista coletiva acusou Lula de ser  o "comandante máximo" do esquema de corrupção na Petrobrás.
         Os advogados afirmam que em junho Dallagnol concedeu entrevista na qual "reconheceu que ele e o juiz de Curitiba são 'símbolos de um time', o que é inaceitável e viola não apenas  a legislação processual, mas a garantia de um processo justo, garantia essa assegurada pela Constituição Federal e pelos Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir".
         Na nota, a defesa informa que apresentou à Justiça em julho uma ação tecnicamente denominada exceção de suspeição, ainda não julgada, na qual aponta que Moro demonstrou ter perdido a imparcialidade para analisar os processos relativos a Lula.
         "Esperamos que a Justiça brasileira, através dos órgãos competentes, reconheça que o juiz de Curitiba perdeu sua imparcialidade para julgar Lula, após ter praticado diversos atos que violaram as garantias fundamentais  do ex-presidente",  afirmam os advogados.
          Na mesma linha dos advogados defensores de Lula, o encarregado da defesa de Paulo Okamotto, Fernando Augusto Fernandes, diz que vai recorrer da decisão. Segundo o advogado, "não há corrupção ou vantagem ilícita no pagamento para conservação de um acervo do ex-presidente porque ele é considerado 'patrimônio cultural brasileiro de interesse público' pela Lei 8394/91".
           Para o advogado Fernandes, "a denúncia sem provas, sem justa causa, não poderia ser recebida, e o processo também não pode ser uma farsa com o único objetivo de condenar publicamente inocentes".

          
( Fonte:  Folha de S. Paulo )






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