O
Conselho Nacional Eleitoral tem mostrado que é apenas uma das peças no esquema do
Governo Maduro de evitar de qualquer jeito o referendo revocatório.
Na noite de quinta-feira, 15 de
setembro, o Conselho Nacional Eleitoral confirmou que é apenas dócil
instrumento nas mãos do Presidente Nicolás Maduro. Mostrando um cinismo
escrachado, não se pejou de afirmar em nota ter sido "obrigado a suspender
atividades em sua sede".
Acrescentando à mentira o deboche, declarou que "os protestos colocariam
em risco seus funcionários."
Em resposta, convocados pelos
opositores, milhares de venezuelanos desceram às ruas ontem, 16 de setembro. O
panelaço organizado rapidamente foi bastante para que, o governo chavista, em
pânico, fechasse 13 estações do metrô, sob o descarado pretexto de "resguardar usuários".
Como se não
bastasse, chegou a mobilizar a polícia, para tentar bloquear os mesmos
manifestantes, que em outras declarações oficialistas se agiria apenas para
'protegê-los'.
A farsa de Maduro, que acusa a
oposição, enquanto se empenha, nos organismos oficialóides, assim como nas
forças de segurança (tratando manifestantes com se fossem delinquentes), coloca
um grande problema para os líderes oposicionistas.
Todos os caminhos até agora para que a
população venezuelana possa exercer o lídimo direito de valer-se das garantias
constitucionais, legais e mesmo eleitorais se tem chocado como série de
manobras tanto praeter-legais quanto
ilegais, do oficialismo chavista, não se pejando de superlotar a Suprema
Corte, anular diplomas de deputados oposicionistas sob espúrios pretextos de ilegalidade (quando
o único escopo era o de impedir a Mesa de emendar a Constituição e de implantar
medidas reclamadas pela maioria da população).
Quando um governo corrupto e
incompetente, e por conseguinte nefasto para o Povo Venezuelano, se serve de
todos os meios ou na para-legalidade, ou em cínica ilegalidade, para evitar a
realização do recall - instituto
constitucional criado por Hugo Chávez na Venezuela - e ele próprio se submeteu a
um referendo revocatório, e logrou sobreviver ao desafio constitucional, fica
muita clara o propósito ilegal e mesmo inconstitucional da Administração Maduro.
Todos os seus atos se encaminham no sentido de ir ao arrepio da
Constituição. E se da ilegalidade ele
passa à deslavada, crua inconstitucionalidade, a sociedade venezuelana
forçosamente terá de chegar a um consenso quanto à necessidade de afastar esse
Governo, que pelos seus atos, já demonstra claramente que não mais pretende
valer-se do poder constitucional das maiorias.
Toda a sua cínica, antiética ação
confirma essa posição que é a de manter-se no poder a todo custo, mesmo contra
a maioria do Povo venezuelano.
Ao agir de tal forma, Nicolás Maduro mais do que cai, se afunda na ilegalidade, pois ele apenas se vale de instrumentos legais e supostamente
constitucionais para contrapor-se ao espírito da Constituição Venezuelana e à
vontade da enorme maioria do Povo Venezuelano. Toda a sua ação, sinuosa,
cínica, ilegal e inconstitucional, apenas confirma esta conclusão.
Como ninguém pode servir-se da Lei
para lograr fins a ela contrários, e tampouco da Constituição como se ela fosse
o abrigo para o caos chavista, o
desabastecimento, a corrupção, e a própria negação do Governo como empenhado no
Bem Público - é mais do que hora que a Sociedade venezuelana tome as medidas
constitucionais indispensáveis para afastar esse arremedo de tirano, que nada
mais será na História da Pátria de Bolívar que um dos seus mais deletérios e corruptos
inimigos da democracia com que, para seu
infortúnio, se deparou a Pátria Venezuelana.
( Fonte: O Globo )
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