quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Química racial na eleição americana?

                      

         Não como premissa, mas como comentário inicial acerca das perspectivas dos dois candidatos à Casa Branca, surpreende deveras que o eleitorado americano, em certas faixas demográficas, vote no candidato republicano mais pelas suas características negativas do que por avaliação de suas eventuais qualidades intrínsecas positivas.
         Por mais obcecado que alguém seja por opiniões dos candidatos quanto à raça e aos eventuais preconceitos, é surpreendente que tais anti-valores comandem em larga medida o apoio recebido por Donald Trump, como se verifica pela última pesquisa de opinião veiculada por The New York Times.
        Não me estou reportando a histórico de promoção de melhores condições de vida para os afro-americanos, que por conseguinte motive o apoio a eventual candidato à Casa Branca.  Se esse critério me parece racional, não o será o daqueles que optam por um postulante ao invés de outro, que se distingue, não pelo favorecimento eventual de um segmento demográfico, mas sim faz por motivar o seu voto respectivo por um critério negativo: voto em A porque este não é havido por nutrir simpatia aos afro-americanos.
         Supõe-se que os candidatos devam ser eleitos por suas idéias em promover melhores condições de vida para os americanos. É na verdade um anti-critério quem vota em A, não porque simpatize com A, mas sobretudo pela sua capacidade de prejudicar um segmento étnico - ou nada fazer para que progrida e tenha melhores condições existenciais.
          Tais observações me foram suscitadas pela leitura das pesquisas de opinião, em primeiro lugar dos brancos com nível cultural não-superior, e em segundo lugar dos eleitores brancos, qualquer que seja o seu nível cultural.
           A escolha do eleitor estará fatalmente distorcida se for motivada, não pelo que o candidato de preferência possa trazer para o Povo Americano como um todo, mas  pelo que esse vetor possa fazer seja de mal, seja de negação do bem, no que concerne à determinado segmento demográfico.
                Basear a própria escolha em uma eleição que se destina a determinar quem é a personalidade americana que a maioria dos estados (no sistema do colégio eleitoral) considera seja aquele mais preparado para cuidar do Estado americano, tanto no que concerne à sua defesa, quanto no que diz respeito a tudo aquilo que deve contribuir para a maior riqueza do Povo Americano, e, portanto,  para a obtenção de uma melhor qualidade de vida para essa Nação, de modo a que permaneça nas condições invejáveis do presente, o que não impede que os aspectos negativos possam ser sanados.


( Fonte:  The New York Times  )

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