Previsão
sobre votação
Seguindo
o exemplo dos quadros de prognósticos quanto às votações em Câmara e Senado no
que concerne ao impeachment, o
Globo agora se dedica aos totais previstos na votação pela Câmara de
Deputados do impeachment do ex-Presidente Eduardo Cunha.
De acordo com esses dados informais
(257 é o total exigido para
concretizar o impeachment), existe a
previsão de 269 SIM, 3 NÃO, e 206 não respondem.
Agora resta verificar como será a
votação concreta dos Senhores Deputados, tendo presente o dito do político
mineiro José de Magalhães Pinto[1].
René Clair, PT e
Saudosismo
É típico do brasileiro que,
depois de tomar a atitude que a situação requer, ele de certa forma recue, e esqueça
as rugas e verrugas do eventual
personagem, chegando a festejá-lo como se fosse um modelo de beleza.
Dessarte, tal reação, em que a
culpa vem à tona e de forma sorrateira ocupa a cena, adota postura que pouco se diferencia da apologia do
personagem.
Então, de bom grado, a peninha
vai tomando conta do capítulo, a ponto de torná-lo irreconhecível para o comum
dos mortais.
E as perguntas acabam
repontando: será que não erramos? será que não cometemos uma injustiça?
Na verdade, nem passando pelo rio do Letes, a
desmemória seria tão pronta e tão seletiva.
Se têm alguma dúvida, visitem as
páginas desse jornalão que é a Folha,
que pelo andor da carruagem corre o risco de virar Tribuna da Restauração...
Muito a propósito, parece
oportuno mencionar filme de René Clair, em que, volta e meia, na ciranda dos
tempos aparece personagem, sempre vestido com trajes há muito fora de moda, na
pessoa de Michel Simon. Ele há de surgir sempre para suspirar pelos velhos
tempos do passado: assim nos dias de Napoleão III, chora pelos bons anos de Luís Filipe, e, mais tarde, na infinita
fuga para trás, eis que ressurge Simon, relembrando os tempos radiosos do
grande imperador Napoleão I, enquanto tem
de suportar a banalidade dos Bourbon com Luís XVIII ...
Essa remembrança do antigo como
se fora em princípio superior ao presente, que é aqui satirizada pelo grande
cineasta francês, servindo-se da expressão inconfundível do ator francês com o seu perfil inimitável,
será forte candidata à debochada divinização do passado enquanto passado, que
René Clair instrumentaliza na frenética ciranda do filme.
Talvez em alguma cinemateca
esteja disponível essa quase-obra prima do diretor francês. Vê-la seria
oportunidade não desprezível para que aprendamos uma lição hodierna: nem o velho, nem o novo são excelentes por
princípio.
Tampouco o fato de alguém ser
derrubado, quer dizer necessariamente que sofreu uma injustiça...
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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