Não foi assim tão pequeno o protesto em
São Paulo contra o impeachment. Só mesmo com galhofas se
poderia tratar a assertiva de Temer para ouvidos chineses de que os atos
reuniam quarenta pessoas.
De
qualquer forma, a de ontem foi a maior de todas. A propósito, a que diabo serve
a atual orientação das PMs de se negarem a fazer estimativas quanto ao número
de manifestantes ?
Essa omissão em seu trabalho - pois a
contagem aproximada da acorrência de público está nas atribuições das polícias
locais - só joga confusão em questão que é polêmica por natureza. Quererá a P.M. que o público fique no escuro
quanto à real presença de público?
Tampouco faz sentido deixar tais avaliações para os dirigentes das
referidas concentrações...
Enquanto estes apresentarão totais
desprovidos de qualquer credibilidade, a falta da avaliação da P.M. só joga
mais confusão nesta matéria. Passa-se à
uma ridícula disputa entre os que magnificam por interesse próprio (os
organizadores dos atos de protesto), e os que minimizam o vulto da concentração
(os seus eventuais opositores).
A P.M. como representante da autoridade
estatal não pode e nem deve subtrair-se a tal responsabilidade. Ela é, nesta
tarefa, a representante do Povo soberano. O que ele quer saber é apenas a
verdade, ou o que dela esteja mais próximo.
Tenho visto com consternação que tal
omissão das PMs estaduais parece
estar fazendo escola. Isto seria lamentável, e na verdade não aproveita a
ninguém. Ou os organizadores dessas concentrações pensam que o público, seja assistente
ou não, se satisfará com esses abstrusos
totais inchados das entidades diretamente interessadas, vale dizer, os
organizadores do ato, ou então com o
reducionismo desvairado, na versão Michel Temer, que é também maneira de retirar qualquer seriedade à visão dita
oficial, seja ela qual for?
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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