Aquela velha pergunta - Quem tem medo de Virgínia Woolf? - volta
a assombrar os políticos brasileiros e, em especial, os personagens de um
partido que até há pouco dava e, na verdade, ditava as cartas na cena nacional.
A dita indagação, decerto retórica no
caso da famosa autora inglesa, deixa de sê-lo se a transpusermos para a frase
que encima esse artigo.
A Lava-Jato, detestada pelos
corruptos e por uma certa esquerda, pode até tentar repontar sob a pena de
algum cartunista. Há políticos, sobretudo aqueles marcados por escândalos que,
por um conjunto feliz de circunstâncias, logram ir escapando do bote inesperado
das prisões, cuja sobrevivência seria
fruto de conluios e da sorte benfazeja que sói visitar os poderosos de plantão.
Ora, nada como um dia depois do
outro. O caso de Antonio Palocci, a despeito de seus tropeços, estaria nesta
lista, que, por idiossincrasias próprias, se vai completando à medida que as
fichas vão caindo.
Depois de exercer tanto poder - a
que se agrega louvável atenção à gestão fazendária - eis que, ou por ações
impensadas e voluntárias, como as do caso do caseiro, ou então porque o passado
das consultorias contra ele se volta, eis que a casa cai.
Se Guido Mantega parece estar na
marca do pênalti, tal não semelhava ser o caso desse antigo peso pesado,
Antonio Palocci, político importante na família petista, que hoje vê a polícia
bater-lhe à porta.
São altas somas de que deverá dar
conta ao juiz Sérgio Moro.
As eleições estão marcadas para o
próximo fim de semana, e esses grilhões que a Justiça traz são mau augúrio para a vermelha estrela
solitária.
Essa invenção que acreditam
demoníaca empurra para baixo um prestígio já bastante machucado.
Pensando bem, atendidos os
escândalos passados, a sobrevida parece ter ido além, muito além da Taprobana.
É o que decerto se verá em
relatos que concernem ao velho café com leite.
(
Fonte: Folha on-line )
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