sábado, 3 de março de 2018

Na Crise, Maduro afasta militares


                    

       Maduro busca aparentar força, mas o informe tem de ser engolido com uma colher de sopa de sal.  A notícia afirma que o Ditador rebaixou ou expulsou das Forças Armadas 24 militares, que teriam manifestado descontentamento com o Governo.
        Se esmiuçarmos um pouco mais, na verdade se trata de onze militares da ativa e 13 na reserva. 
         Segundo o noticiário oficial, esses militares são acusados de tentar derrubar o governo chavista "por meios violentos", com "uso indevido e desproporcional de armas de guerra" e por incitação à rebelião.
         É difícil determinar se esse tipo de decreto e a forma como foi escrito e promulgado, diante da profunda crise política, econômica e social, será efetivo como meio para exercer maior coerção dentro das Forças Armadas. O mais provável é que o seu efeito tenderá a ser nulo.
          Pode ser também entendido como meio de demonstração, para tentar infundir temor aos concorrentes.  Em situação como a que atravessa a Venezuela, quanto mais a crise se agrave, ulteriormente a capacidade do Governo e a sua podridão ética se põem mais à vista.
           A lista inclui o capitão da reserva Juan Carlos Caguaripano, detido em onze de agosto, seis dias após comandar um assalto a uma base militar do norte da Ve-nezuela, em que morreram duas pessoas. Segundo a nota do Governo, o oficial roubou armamento da guarnição.  Nesse contexto, Caguaripano se declarou em rebeldia pela atuação dos órgãos de segurança em relação aos protestos da Oposição, que deixaram 125 mortos entre abril e junho de 2017.
             Também foram punidos antigos aliados de Maduro e de Hugo Chávez, como Raúl Baduel e Herbert Garcia Plaza.  Baduel, ex-Ministro da Defesa de Chávez e figura central em sua libertação após o golpe de Estado que o tirou do poder por 48 horas em 2002, acha-se preso, acusado de planejar complô contra Maduro.
                Por sua vez, García Plaza, ex-Ministro de Maduro, foi para o exterior, após romper com o Presidente.  Maduro também expurgou oito militares que fugiram do notório presídio de Ramo Verde, em novembro último.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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