sexta-feira, 9 de março de 2018

São boas as guerras comerciais ?


                             

        O otimismo de Mr Trump sobre o êxito das guerras comerciais - 'que não são tão más assim, além de serem fáceis de ganhar' - levaram o colunista do Times, James B. Stewart,  a se perguntar : em que guerras comerciais Mr Trump está pensando?
           O exemplo do passado desfaz esse prognóstico meio cretinóide.  No lançamento da lei tarifária Smoot-Hawley em 1930, todos posam com a arrogância do otimismo na escadaria do Capitólio, em Washington. Pudera! os Estados Unidos impunham altas tarifas a cerca de vinte mil  artigos importados...
           A reação dos parceiros comerciais, liderados pelo Canadá, foi forte e as exportações americanas cairam 61% de 1929 a 1933. Assim, a guerra comercial termina com o recuo americano,  revogando-se os aumentos tarifários em 1934, já sob o novo Presidente, o democrata Franklin Delano Roosevelt.

           A leviandade e a falta de leituras sobre o assunto, indicada pela fraqueza dos próprios argumentos, levaram o professor de História na Universidade de Exeter na Inglaterra, Marc-William Palen, autor da "Conspiração do Livre Comércio" a dizer que a resposta óbvia sobre quem vence uma guerra comercial será dizer que ninguém vence uma guerra comercial.  E o mais interessante nessas guerras, é o fato de que aqueles que ganham serão sempre os países que não tomaram parte no conflito...
             No caso presente, a atribuição de responsabilidades não é difícil.  A ignorância preside absoluta ao estado-maior que lança a guerra comercial. Já o desconhecimento e a arrogância minam as defesas de quem lhes apóia, pensando amealhar fáceis ganhos.

( Fonte: The New York Times )  

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