terça-feira, 6 de março de 2018

Assalto em Viracopos


                                   

         Pelo relato no Estadão, o Brasil, se ainda está no Terceiro Mundo, já se acha  em  condições de encenar assaltos de Primeiro Mundo... Foi, pelo menos, o que se viu à noite neste domingo em Viracopos: com um veículo clonado para driblar a segurança do Aeroporto internacional de Viracopos, cinco homens armados com fuzis invadiram na noite de domingo, 4 de março, a pista de pouso, renderam funcionários e roubaram US$ 5 milhões que seriam transportados num avião da empresa aérea alemã Lufthansa.
          O dinheiro em espécie havia sido embarcado no aeroporto em Guarulhos, mas estava prevista uma escala em Campinas. O destino final do voo, porém, era  Frankfurt, na Alemanha. A PF investiga porque a carga de dólares estava fora do avião quando os criminosos chegaram.
          Um carro-forte da empresa de transporte de valores Brinks estava próximo do avião, mas não havia funcionário da companhia no local.
          Ontem, a Receita Federal divulgou que a remessa de US$ 5 milhões foi declarada ao Banco Central e à própria Receita.  No ato da declaração, é necessário comprovar a origem do dinheiro, o que foi feito. Em razão do sigilo bancário, o remetente do valor não foi informado. Em geral, a remessa de valores para o exterior é coberta  por seguros.
           Segundo a versão apresentada pela Polícia Federal, os assaltantes entraram na área de segurança do aeroporto após arrebentar o alambrado que cerca o terreno. A bordo de uma caminhonete Toyota Hillux falsificada - com cores e características  da empresa de vigilância -, eles contornaram a pista de pouso e decolagem e se depararam com um veículo de segurança. Os dois ocupantes foram feitos reféns. No percurso até o Terminal de Cargas, onde estava pousado o avião cargueiro da empresa alemã, eles passaram por outros seguranças sem serem incomodados.
          A ação durou seis minutos: os funcionários foram rendidos e o malote com os dólares foi colocado na caminhonete. Na saída, pela estrada de acesso ao bairro Ouro Verde, os criminosos trocaram de veículo e queimaram a caminhoneta sobre a pista para dificultar a perseguição. Todos fugiram.
            Enquanto a planejamento, o professor da Fundação Getúlio Vargas, Rafael Alcadipani, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o que surpreende neste caso é o planejamento, a capacidade de execução do crime. "Eles (os assaltantes) ficam cada vez mais especializados, e não há um combate efetivo ao crime organizado no Brasil", disse.  "Esse tipo de crime (em que os criminosos sabem onde está determinado objeto a ser roubado)  é a chamada 'fita dada' no jargão policial. Provavelmente alguém de dentro avisou que havia essa quantidade de dinheiro e possibilitou que houvesse o planejamento. Se não tivermos um combate efetivo ao crime organizado, cada vez mais estaremos submetidos a esse tipo de coisa."


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: