quarta-feira, 14 de março de 2018

Colcha de Retalhos F 12


                                            

Maia contra Temer

        A candidatura do filho de Cesar Maia, Rodrigo Maia (DEM-RJ) não decola, e por isso, talvez, ele venha investindo mais numa postura oposicionista marginal, ao singularizar o Presidente Michel Temer em seus primeiros movimentos como candi- dato in fieri. Partindo de base estreita e de pequeno partido,  Maia procura valer-se da tática do raio em céu sem nuvens, i.e., tentando fustigar Temer e o transformando em alvo preferencial na pré-campanha.
         Em termos de reforma da Bolsa Família, ele vai propor  a criação de Seguro Social com duas bandas.  Uma que mantém a atual Bolsa Família. A outra seria variável e agregaria valor de acordo com o progresso educacional dos filhos de famílias que recebam o benefício.
          Depois de conversar com o PT, em termos de unir forças (Dem e PT ?), acrescenta o necessário veneno pungente: "Nosso projeto não é garantir a administração da pobreza, mas a mobilidade social e educacional". Quem será aquele a que deseja chamar a atenção?

A AGU pede urgência quanto ao indulto natalino

           Tratando do óbvio, o ministro da Justiça, Torquato Jardim,  afirmou ontem que  a decisão do Ministro Luis Roberto Barroso, do STF, de mudar o indulto natalino "invade a competência" do presidente Michel Temer.
            Por outro lado, a AGU pediu urgência  à ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, para levar o caso ao plenário da Corte. Por sua vez, o ministro Carlos Marum (Secretaria de Governo) também criticou Barroso e disse que avalia fazer uma repre-sentação "para pedir o impeachment dele".
             As críticas são parte de uma ofensiva que o Palácio do Planalto iniciou contra o ministro Barroso, do STF. Anteontem,  Barroso alterara, em decisão individual, o indulto a presos editado por Temer em dezembro e  excluíu do benefício condenados por crimes de colarinho-branco, como peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.  Também aumentou o período mínimo de cumprimento da pena. "O papel não é legislar. Nos surpreende que, quando legisla de um quinto para um terço a necessidade do cumprimento da pena, o ministro invada competência exclusiva da Presidência", disse Torquato.
             Nessa matéria, o Governo pretende agir em duas frentes - uma jurídica e outra, na esfera política - na tentativa de mostrar "contradições" de Barroso. A estratégia ganhou força anteontem, em várias reuniões ao longo do dia entre Temer, ministros que têm gabinete no Planalto, líderes da base aliada no Congresso, e um jantar no Jaburu com Marum.
             Temer pediu a aliados para atacar em público as decisões de Barroso. Além de derrubar o indulto, o ministro quebrou o sigilo bancário do Presidente e autorizou a investida contra o ex-assessor  da Presidência Rodrigo Rocha Loures e o coronel João Baptista Lima Filho, ligados a Michel Temer.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )  

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