sexta-feira, 9 de março de 2018

Colcha de Retalhos F 10


                                       

MST invade parque gráfico de O Globo

          Um grupo de cerca 500 integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu ontem o parque gráfico  do jornal  O Globo, em Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro.
           Os manifestantes picharam paredes, vidros e móveis do local.  Eles também tentaram atear fogo a um totem com o nome do jornal, que não chegou a ser danificado. A ação foi gravada e divulgada nas redes sociais do grupo.
            De acordo com o MST, a "Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra" reuniu mulheres do  Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento dos Pequenos Agricultores.
            Além da invasão do parque gráfico do jornal, houve protesto em frente a uma fábrica da Riachuelo em Natal, e passeatas em Brasília e Porto Alegre (RS onde os manifestantes pararam diante da sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que condenou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a doze anos de prisão, na Lava Jato.
             Os manifestantes chegaram ao Globo em dez ônibus e algumas pessoas portavam facões. Em nota, o grupo Globo repudiou  a invasão, que  classificou de ataque à imprensa livre.
             "Picharam a portaria, tumultuaram os trabalhos e só não entraram na área de máquinas porque foram contidos. O ataque a um jornal é um ataque à imprensa livre, pilar da democracia. É uma clara tentativa de intimidação, um ato que atropela a legalidade e o estado de direito democrático", segundo a nota de O Globo.

Inadmissível. 

              Também em nota conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram o protesto do MST. De acordo com essas entidades "é inadmissível que um grupo, que se diz defensor das causas sociais, ameace  e ataque profissionais e meios de comunicação que cumprem a missão de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público".
                    O texto em tela diz ainda que "atos criminosos como este são próprios de grupos extremistas, incapazes de conviver em ambiente democrático, e não pautarão os veículos de comunicação brasileiros."
                     Para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a ocupação das insta-lações industriais do jornal "por grupos armados com foices e facões não representa apenas  uma ameaça à liberdade de imprensa e de expressão, mas uma agressão ao Estado Democrático de Direito".
                   Segundo Ester Hoffmann, da direção nacional do MST, a jornada das mulheres teve um "caráter de luta pela democracia". As mulheres denunciam através das mobilizações o momento de golpe no Brasil, que tem gerado perda de direitos e rompimento democrático, trazendo piores condições de vida para os pobres e, sobretudo, para as mulheres", afirmou ela.

Riachuelo

               O protesto em frente à fábrica da Riachuelo em Natal reuniu cerca de 800 pessoas, segundo os organizadores.  Eles tentaram impedir a entrada de funcionários, que conseguiram furar o bloqueio. A manifestação durou cerca de duas horas. Presidente do grupo empresarial, Flávio Rocha chamou o grupo de "terroristas" e "vagabundos" e disse que não vai se intimidar com o ato.

                "Quero dar um recado a esse grupo de vagabundos que tentam me intimidar, que não vão conseguir. Só aumentam minha disposição para continuar lutando para que o Brasil tenha um presidente, tenha autoridades que fecham a torneira de dinheiro público para esse grupo de terroristas, de bandidos", disse o empresário, em vídeo publicado em suas redes sociais. Rocha passou a ter forte atividade política depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e é visto como um postulante às eleições de outubro.

Defesa de Lula

                  Em Porto Alegre, os manifestantes marcharam pelas ruas centrais da capital e pararam em frente à sede do TRF-4. A marcha foi acompanhada pela Brigada Militar. "Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem", dizia uma das faixas.
                     Já em Brasília, o protesto reuniu setecentas pessoas, que foram do Museu da República até o Congresso, onde se concentraram aos gritos de "Fora Temer". Manifestantes do PT  e do MST carregavam cartazes a favor de Lula à Presidência. Eles também protestam contra a desigualdade de gênero, o programa Escola Sem Partido e a criminalização do aborto.

Testemunhas

                  O ex-presidente Lula da Silva arrolou seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, e sua sucessora, Dilma Rousseff, como testemunhas de defesa na ação penal relativa ao Sítio de Atibaia.

( Fonte: O Estado de S. Paulo)

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