quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Pezão culpa o Carnaval...


                           
        Ora, ora, direis, culpar a festa - no caso, o Carnaval - pode parecer - como é - desculpa demasiado fácil.  Para o governador, é difícil cuidar do grande número de foliões: "São 6,5 milhões para tomar conta, 500 blocos e mais um Sambódromo. Não é fácil."
       O carnaval do Rio sempre existiu  e  grande parte de sua população dele participa. O crescimento da criminalidade  é, sem dúvida, um desafio, mas não será choramingando que se resolverá o problema.
       A cidade do Rio, por uma série de fatores, inclusive o aumento das favelas junto com o restante da população, trouxe um grande desafio para as forças policiais, que não se prepararam para essa emergência.
        É preciso repensar a segurança no Rio de Janeiro. Com a partida do Secretário José Mariano Beltrame o povo carioca ficou órfão de um esquema de força policial que tenha condições, não só de dar segurança à nossa gente, mas também de criar uma situação crível para o convívio entre a favela e a cidade do asfalto. De repente, voltamos ao quadro de Zuenir Ventura, da Cidade Partida.
         A necessidade de montar tal esquema continua a existir. Na verdade, ela existe desde aquela festança no Alemão, com tantas bandeiras e tantas ilusões. Aí se desperdiçaram ocasiões preciosas, que não costumam repetir-se. O que logo nos vem à mente é a turba de trezentos ou mais que saíu em disparada do morro do Borel. Quem os deixou fugir, foi na verdade a confiança de todos que aquela gente sumiria na cidade grande, quando na verdade aquilo representava o começo da volta da bandidagem. E ali, na verdade, estava o resumo do futuro: excesso de otimismo, que leva a esquecer existirem fatos que não podem ser deixados para o amanhã. Vejam no que deu.
         Uma coisa é mais do que certa. Como está, não pode ficar. A população carioca, como deixá-la sem qualquer proteção? Como casos do jovem Davi - que era a personificação do rapaz estudioso e que não passara, por acaso no exame vestibular - podem acontecer com esse desaforado cinismo dos bandidos? Assim como aquele jovem de Botafogo, que foi morto estupidamente, junto com a sua entrada na universidade, a morte de Davi ficará também impune? Não é questão de simples vingança, mas reação da cidadania  que não deve e não pode permitir que esses cruéis, bárbaros e estúpidos assassínios fiquem impunes. Como já assinalei alhures temos uma tendência a dar prioridade ao fato criminoso e a eventuais culpados que tenham atingido um estrangeiro. Nesse caso,  há prioridade, que vai levar à prisão dos culpados. Por que esse complexo de privilegiar a busca e o castigo para o crime contra o estrangeiro, e esquecer o do nacional? Um dos grandes deterrentes da criminalidade está na perseguição e na captura dos suspeitos do crime, seja a vítima estrangeira ou nacional.   
                    O prefeito Crivella ainda não voltou de Frankfurt, mas uma coisa se pode aproveitar de sua escapadela às Europas. É preciso informatizar a segurança, e conectá-la à PM e ao BOPE (de que, infelizmente, não se ouve muito falar nos dias que correm).

          Comparar PMs a galinhas, Senhor Governador Pezão, não é decerto a metáfora adequada para nos trazer um quadro diferente e de respeito aos agentes da Lei. Alguém tem de inventar uma nova segurança - de 24 horas - que garanta intervenções mais do que urgentes, prontas, aos desafios da bandidagem. Quando tentarem, v.g., explodir agência bancária, como fizeram com a da Caixa, em frente à Praça da Paz, ou um assalto, como esse de ontem, a um Supermercado no Leblon, tais atentados não só não devem ficar impunes, mas também e sobretudo exigem respostas prontas e fulminantes.
           Será que essa gente da Polícia, militar ou civil, ainda não ouviu falar de inteligência?                  

( Fontes:  O Globo,  TV  Globo ).

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