quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Luta de facções na Casa Branca


                 

       A administração Trump já entrou em seu segundo ano de governo, e continuam ainda as lutas internas entre os seus altos funcionários. Tais dissídios se prolongam, em combates intestinos que se podem resumir  em disputas de poder.
        Essa falta de concordância interna espelha uma administração torcida não pelo interesse da Nação (segundo visto sob a orientação do suposto chefe da casa, i.e., o Presidente Donald Trump), mas pelo que aparenta ser pela sede respectiva de domínio da informação e, por conseguinte, do poder que ela traz consigo.
        Esses microcosmos que se agregam pela disputa respectiva de poder muita vez não se traduzem em administrações que tenham por presente o interesse da Nação acima referido, mas por grupos e grupelhos que seguem os diferentes objetivos de seus respectivos líderes.
        Como nos ensina Toynbee, na sua filosofia da História, o que faz forte uma Nação ou  Império é o consenso generalizado sobre o interesse comum. Essa missão é decerto facilitada se o líder respectivo mostrar condições de exercer um poder abrangente, coerente e fundado em premissas que gozam do indispensável consenso, o qual, dependendo do carisma, intelecto e orientação do chefe de todos os chefes, terá a força, a clareza e a óbvia unicidade para a sua realização.
        Assim como o seu ministério, que em muitos titulares tende a abusar da mediocridade, também o que se depara no gabinete lato presidencial é a falta daquela unicidade e da consequente coesão que são atributos sine qua non de uma Administração proficiente e, por conseguinte, que prime pela eficácia e a capacidade de estudar, esboçar, e examinar as respectivas opções administrativas, doutrinárias e executivas, não como facetas de uma luta pelo poder pessoal,  mas voltadas para a implementação de  projeto amplo e orgânico de filosofia de governo, submetido ao imperativo do interesse supremo da Nação americana.
         Na verdade, o que se vê nesta Casa Branca é  governo que não parece imantado por uma filosofia coerente ad usum dos Estados Unidos, mas sim coalizões oportunistas entre os altos funcionários como o chief of staff da Casa Branca, John F. Kelly, e o Assessor Sênior do Presidente, Jared Kushner, cuja ambição de poder semelha apoiar-se mais na própria situação familial, do que nos critérios usualmente empregados para elevar às mais altas responsabilidades as principais autoridades de uma Administração presidencial.
           Existe no entorno do 45º presidente uma atmosfera de Corte, e não de Administração da República.

(Fontes: The New York Times, A Study of History, de Arnold Toynbee)       

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