terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Os bots atacam de novo


                             

        O Bot pode ser entendido com um  recurso louco  ou meio diabólico de produzir cizânia nos Estados Unidos e, no que entendem como seu corolário, o Ocidente.
        É um expediente assumido por uma nação que parte da premissa da respectiva inferioridade, eis que não é um debate de ideias que os bots pretendem.
        Essas estórias automatizadas não representam um esforço para aperfeiçoar  ideia ou produzir um consenso.
        O Bot tem semelhanças com a quinta coluna dos nazistas, na medida em que os seus 'precursores' tampouco estavam interessados em produzir uma melhora naquele país que consideravam como inimigo. Para eles, o 'quinta coluna' seria o elemento infiltrado nas fileiras do adversário, com a intenção de produzir o maior mal possível, valendo-se sempre do elemento sub-reptício. A quinta coluna pode ser assemelhada ao ataque pelas costas, valendo-se da desatenção e, sobretudo, do elemento falho que, mais do que ensejar, facilita o golpe desleal.
         Assim, a técnica do Bot é o anti fair play, a atitude inglesa que preconiza o combate aberto porque leal, não no sentido de um pacifismo fora de lugar, mas com o respeito pelo adversário, de modo  que a eventual vitória seja vista como  ato nobre que, em respeitando a parte contrária, torna ainda maior a sensação da vitória, desde que lograda de forma eticamente inatacável.
         Será nessa atitude que pode ter laivos românticos, mas que se baseia no respeito pelo adversário que se localiza uma das grande forças da postura e da atitude de países ocidentais e que defendem os ideais de sua civilização.
         Enganam-se os respectivos inimigos que a tomam por ingênua e minada por preconceitos antiquados, que, a seu ver, lhes faria mais frágeis e, por conseguinte, mais fracas.
         A guerra psicológica de que o bot é  por excelência é o recurso de levar a falsidade a extremos, e como toda tentativa nesse sentido, traz consigo defeitos que podem ser descobertos se a necessária atenção for tomada.
            E aí está um dos principais meios de combater e controlar o bot. Como um instrumento que se propõe criar a divisão e a contraposição na sociedade adversa, não será necessária muita sutileza para que se lhe distingam as próprias armas.
            Como então - quase que escuto a contestação, e meio que lhe advinho o oblíquo sorriso - se explica que o Kremlin haja logrado produzir nos Estados Unidos que ali surgisse um presidente que parece ready made para criar desunião e a não plena utilização dos recursos da Superpotência ?

( Fonte: The New York Times )


(a continuar)        

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