segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Navalny, o candidato anti-Putin

                                 

       Na 'democracia' russa,  é proibido à população manifestar-se,  não só contra o atual presidente, gospodin  Vladimir Putin,  mas também a favor de eventual candidato a sucedê-lo,  se tal postulante tenha popularidade que ponha em perigo mais uma reeleição de Putin.
        A justiça russa, que está sob estrito controle de Putin, já aceitara inúmeros processos contra  Alexei Navalny, que é um candidato com bastante apoio na população russa, e por isso a sua candidatura se vê, na prática, impedida de apresentar-se.
         O problema com Navalny está na circunstância de que, além de honesto, é extremamente popular na Rússia,  e daí  a receptividade que a sua candidatura  encontra no  Povo russo.
         Ontem, milhares de cidadãos na Rússia responderam  à sua convocação para protestarem contra as alegadas "pseudo-eleições" de dezoito de março.
        Putin pensara haver "resolvido" a questão Navalny,  ao montar no interior russo  um  juízo  em que  o blogueiro Navalny  foi condenado por um dócil juiz em obscuro processo, que segundo não só o atingido estava eivado de motivação política.
         Mas, como em todo estado policial,  os agentes da ordem estão alerta. Minutos depois de Navalny  se ter juntado a seus partidários na rua Tverskaya,  no centro de Moscou,  ele foi detido por uma dezena de agentes, e levado à força em furgão policial.
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          Em Moscou, cerca de 4 mil pessoas, de acordo com estimativa da France Presse, participaram do protesto. Em São Petersburgo, um mil e quinhentos manifestantes  gritaram "Rússia sem Putin", apesar de cercados por grande dispositivo policial.
           Segundo ONG russa, ao menos  180 militantes foram detidos em todo o país.
            A farsa da democracia na terra de Putin pode acaso ser sufocada pelo povo russo?  A tradição autoritária na terra dos czares e dos ditadores comunistas vai longe.  Putin tem a justiça do seu lado, se considerarmos como justiça esses dóceis juizes - a maior parte interiorana - que constróem esses processos inquinados por óbvios vícios.

               As eleições estão marcadas para daqui a dois meses. O lema de Navalny é: "Isto não são eleições, mas uma fraude". Manifestar-se  contra o Kremlin "é nossa arma política", declarou ontem, em video, Navalny, o político anti-corrupção, no qual pede um boicote às eleições de dezoito de março.

                O desafio de Navalny não pode ser ignorado.  Putin pretende, não obstante, conquistar seu quarto mandato presidencial, prolongando seu poder no Kremlin até 2024.






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