sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

E Del Nero continua no poder ...

                    

       Apesar da situação de José Maria Marin, detido na Suiça, e transportado para os Estados Unidos pelo FBI, aonde foi julgado e condenado, o seu anterior vice -  a ponto de encontrar-se em Zurique quando da detenção de Marin, o que motivara a fuga de Del Nero para o Brasil - Marco Polo del Nero continua na prática no poder da CBF.  
       Conforme noticia o Estado de S. Paulo, oficialmente del Nero está suspenso de todas as atividades do futebol, sejam  nacionais ou internacionais. 
       Nesse sentido, sequer pode ir até seu escritório na CBF nem despachar, muito menos  organizar uma eventual eleição. Não obstante, mesmo à distância, ele continua a controlar a respectiva entidade. Para tanto, tem o respaldo da própria diretoria, montada estrategicamente antes de seu afastamento.
       A razão da situação é a seguinte:  em fins de 2017, a FIFA o afasta por suspeita de corrupção, e até abril promete julgá-lo. Como se considera inocente, Del Nero diz - intra muros - que vai provar a respectiva inocência, e que em tal sentido o exame da FIFA é a oportunidade para que tudo seja esclarecido.
        Por conseguinte, quem ocupa atualmente a presidência da CBF é o vice-presidente coronel Antonio Nunes, aliado de Del Nero.  Na verdade,  quem determina à distância - de todas as decisões, tanto técnicas quanto políticas - é o próprio Del Nero, graças a uma rede adrede estabelecida. Nunes apenas assina os documentos.
         A Fifa inclusive, depois de dois anos de suspensão de pagamentos,  voltou a fazer depósitos  de prêmios atrasados e das contribuições anualmente devidas.  A razão da suspensão  se devera à prisão de José Maria Marin, detido na Suiça e transportado para os Estados Unidos, e do indiciamento de Del Nero.
          Por causa da não-intervenção dos órgãos oficiais do governo brasileiro, que agem como se nada fora, fica por conta do paredro Del Nero a determinação de quando vá acontecer a próxima eleição na CBF.  Por ora, está descartado  o projeto de realizar a votação em abril. Se Del Nero for inocentado, ele voltaria ao poder em maio vindouro.  De acordo com o Estadão,  se evitaria um pleito às vésperas da Copa do Mundo. Nesse sentido, a  votação poderia ser 'empurrada' até abril de 2019.
           Se Marco Polo del Nero for eventualmente banido do sport, a eleição deverá ocorrer entre o final de 2018 e abril de 2019.
            Não obstante, por razões não esclarecidas,  há indicações do próprio Del Nero de que o sucessor passará pelo próprio crivo.  O óbvio escopo é colocar pessoa que possa "blindá-lo" em caso de pressão da Justiça brasileira.
           Procurada pela reportagem do Estadão, a CBF não retornou. A FIFA pode  também levar esse caso para o seu Comitê de Disciplina.
          E ao Governo da República, não haveria motivo para conhecer do assunto?


( Fonte:  O Estado de S. Paulo

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