segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Ataque de Erdogan contra os Curdos

         
        Como já referido por este blog, a Turquia de Erdogan se  empenha em ataque contra os curdos no noroeste da Síria. Conforme o artigo publicado pelo Times, esta tentativa de invasão não acontece por acaso. Desde muito anunciada, havia a presunção de que os Estados Unidos ajudariam a comunidade curda ali estabelecida, pelo apoio até hoje prestado no combate ao Estado Islâmico. A participação curda, como bons soldados que são,  tem sido considerável no combate ao Estado Islâmico, hoje em processo de desfazimento.
         O ataque da Turquia, com participação de seu exército e milhares de jihadistas alinhados com o presidente Erdogan, ora se realiza contra a autônoma região da Rojava na Síria, antes  preservada do E.I. com muito esforço.
          Provoca, por isso, espécie que os Estados Unidos e a comunidade internacional - que se associaram aos curdos na luta contra o ISIS - não se oponham  igualmente contra tal ataque  não provocado de Erdogan.
          Depois da considerável ajuda prestada pelos curdos na luta contra o E.I, causa consternação a atitude da Administração Trump, que semelha nada importar-se à parte de seus interesses táticos.
          Com o referido considerável aporte na luta contra o ISIS,  surpreende a inação americana que, ao invés de apelos por 'cautela', deveria empenhar-se pela proibição de sobrevôo sobre Afrin e o restante da Rojava. E no entender da articulista, a responsabilidade não seria apenas da Administração Trump,  mas também dos líderes  do Reino Unido e da França,  ao deixar de empenhar-se por dar fim a esta carnificina.
            Há  muita hipocrisia da parte de Erdogan ao chamar os curdos de Afrin como terroristas.
       O pior cego é o que se recusa a ver. Valer-se do considerável aporte da comunidade curda na luta contra o Estado Islâmico, e depois voltar os olhos para outra parte, como se os curdos já não mais interessassem, não é só prova de inconfiabilidade,  mas igualmente de escassa inteligência. Quando precisarem deles outra vez  -  e nessas terras será difícil encontrar lutadores tão valorosos - que resposta hão de receber dessa etnia, se a abandonam na hora em que mais precisam de ter correspondido a ajuda prestada de boa fé?
             

( Fonte: The New York Times )





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