Para os nazistas e seu líder,
Adolf Hitler, os problemas do Reich alemão se resolviam entre nacionais e
estrangeiros, nestes últimos incluídos os judeus. Desde o tempo de Bismarck, o
preconceito contra o povo judeu passou a acirrar-se no Império Alemão, mas a
situação piorou muito com a derrota na Grande Guerra. O nazismo chegaria ao
poder em trinta de janeiro de 1933, com a ajuda da camarilha em torno do velho
presidente Marechal Hindenburg, que o convenceu a convidar Adolf Hitler para
Chanceler do Reich - eis o intróito de um ulterior conflito mundial, com as
consequências socio-políticas que de tão conhecidas dispensam maiores apresentações.
A
Alemanha hoje constitui uma democracia, e dispõe de um governo estável, formado
por gabinete composto pelos cristãos-democratas (CDU) de Frau
Angela Merkel e pelos sociais democratas.
No entanto, o céu político da Alemanha está enfarruscado. A presença da
extrema direita (Alternativa para a Alemanha) vem instrumentalizando a
xenofobia, e a decisão politicamente correta da Merkel - quando abriu as
fronteiras da Bundesrepublik a cerca
de um milhão de refugiados da guerra na Síria (começos de 2016) - teria
consequências sociais bastante negativas.
Com a omissão do restante do Ocidente diante do problema social agudo
das consequências da guerra civil síria,
a Merkel adotara posição corajosa em termos sociais, mas que, por força
da inação, na prática, das demais potências em termos de abertura das
respectivas fronteiras, iria cair sobre a terra alemã o peso considerável da
massa de refugiados sírios, e as consequências de sua inserção no território
germânico, dado o seu número, tiveram efeitos muito negativos sob o aspecto
político-social.
Não se pode também esquecer que esse ingresso de imigrantes sírios iria
dar o pretexto para os neonazistas (a Alternativa
para a Alemanha) em voltar a uma
pregação do nós contra eles (eles sendo o estrangeiro que representava o "outro" no imaginário germânico). A
força desse partido representa um pesadelo para a representação política que
viabilize uma coalizão de centro direita na Baviera, através da CSU (partido
irmão da CDU, essa para o restante da Alemanha). Dessarte, a CSU que sempre foi
considerada a expressão bávara da CDU,
passou a temer a própria derrota política diante da A.f.D., achando-se por isso forçada a radicalizar na sua política
social, o que na prática a afastaria do partido da Merkel, a CDU.
O crescimento do radicalismo de direita na Alemanha seria fenômeno de-sastroso,
que de resto dispensaria maiores explicações. Ao contrário, da extrema direita
na França, que o estamento político francês pode até hoje neutralizar com
sucesso, o incremento do fator xenofóbico na Alemanha teria outras
consequências para a União Europeia, cuja gravidade é tal que semelha dispensar
maiores explicações.
Que uma líder política
com o peso de Angela Merkel - sempre respeitada no Ocidente e nos Estados
Unidos em particular - o caráter quasi-pária
do atual presidente estadunidense, Donald Trump, só pode ser entendido à luz de
seu comportamento que está na raiz de todos os problemas com que ele se depara
(ameaça perene de impeachment,
investigado pelo procurador-especial Robert
Mueller III), o seu estranhíssimo relacionamento com Vladimir Putin.
Dentro da confusão mental que preside às idéias de Trump, a maneira que beirou
a grosseria como tratou a Merkel, a ponto de chegar a negar-lhe cumprimento e
tratá-la como se ela fosse a líder da Ruritania
quando de sua visita a Washington, tudo isso, mostra que o atual presidente
estadunidense não é um fator que possa ser considerado positivo no atual quadro
internacional...
( Fontes:
CNN, O Estado de S. Paulo )
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