sábado, 15 de setembro de 2018

Manafort vai cooperar com Mueller


                    
        Mais um ex-assessor de Trump, Robert Manafort, decide cooperar com o Procurador-Especial, Robert Mueller III. Às vésperas das eleições legislativas de novembro, em que a possibilidade de que a Camara de Representantes, que desde o segundo ano da presidência Barack Obama é dominada pelo Partido Republicano, venha a restaurar o processo de que o normal jogo democrático se restabeleça, com a volta dos democratas à maioria na Câmara Baixa, depois do longo intervalo formado por uma série de medíocres Speakers republicanos, a partir de 2011 até o presente.
         Para tanto está colaborando a queda da popularidade do Presidente Donald Trump, determinada por uma série de fatores,  que se inicia com os numerosos erros políticos cometidos pelo 45º presidente.
         Por isso, o fantasma do impeachment deixa de ser uma longínqua perspectiva, para crescer sob o impulso de numerosos escândalos, entre eles, o artigo anônimo de um colaborador da Casa Branca, consoante publicado pelo New York Times,  precedido  pelo acordo entre o advogado Cohen e a Justiça, com admissão de culpa em questões relacionadas com o presidente, e agora o ulterior golpe do acordo de Manafort, ex-chefe de campanha de Trump, com o procurador-especial Mueller.
          Se a crescente desmoralização de Trump não é produto de outro livro best-seller que recorde episódios de uma estranhíssima presidência, ela na verdade resulta de um conjunto de circunstâncias que criam uma atmosfera, se não de fim de mandato,  com toda probabilidade refletem para o público estadunidense a visão nada favorável de uma crescente onda negativa em termos de prestígio presidencial.   
            O ridículo pode ser um precursor  de um novo desastre em termos de relações públicas. Assim como acontecera com precursor seu, continua a acumular-se uma série de fatos negativos, enquanto a símile dos que abandonam o navio compõe o quadro, com as repercussões políticas que se sucedem sem a interposição de fatos positivos.
             E dizer-se que esse presidente mal completa a metade do tempo em que o eleitorado seria chamado a responder à indagação política se Mr Trump teria condições de manter à distância o fantasma de um impeachment , que pelo andor da carruagem começa a adquirir um agressivo realismo, no qual o que parecia  comédia ainda que de mau gosto, vai adquirindo outros contornos em que as aparências desaparecem e a realidade se veste  de sombras que já visitaram a outros moradores da Casa Branca.


( Fonte:  The New York Times )

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