Piotr
Verzilov, ativista do grupo Pussy Riot,
foi internado em hospital de Moscou, em estado "crítico". Os
sintomas - que apontam para o Novichok - são os mesmos que acometeram vítimas em
Salisbury, acusados pelo governo
britânico de envenenar o agente duplo Sergei Skripal.
Verzilov invadiu o campo no final da
Copa do Mundo. Há mais que suspeita de envenena-mento pelo gás da 2ª Guerra
Mundial. Internado em hospital de Moscou, em estado crítico - perdeu visão,
fala e mobilidade. Para a companheira de Verzilov, Veronika Nikulshina, ele
começou a se sentir mal depois de comparecer a audiência em tribunal de Moscou.
No fim da tarde, ele se deitou para descansar e, quando Veronika chegou em
casa, duas horas depois, Verzilov estava perdendo a visão.
Entre oito e dez horas da noite, o
estado dele piorou de forma gradual, segundo sua compa-nheira. Primeiro, a
visão, depois a capacidade de falar e movimentar-se. Ainda no relato de
Veronika," quando chegaram os para-médicos, seu estado piorou rapidamente,
e começaram as convulsões. No caminho do hospital, na ambulância, caíu em
estado meio inconsciente, deixando de responder e de reconhecer" (a
companheira).
Segundo Veronika, os médicos não
encontraram "nada de errado" no diagnóstico preliminar, mas durante
a madrugada "transferiram Verzilov repentinamente para a unidade de
toxicologia do hospital".
Verzilov foi um dos fundadores do Pussy Riot. Deu ao grupo bastante apoio,
quando as líderes respectivas estavam presas.Até 2017 estava casado com a líder
do grupo, Nadia Toloko-nnikova. Estudante de filosofia, deixou a faculdade para
tornar-se artista plástico e atuante com o grupo Voyna (guerra, em russo).
Enquanto a Tololonnikova e Maria
Alekhina, ambas do Pussy Riot, estiveram presas, Verzilov atuou de forma a
despertar a atenção do mundo para elas,
transmitindo apelos e queixas na Justiça contra as prisões. Libertadas
em dezembro de 2013, Verzilov continuou em seu trabalho de apoio ao grupo
(angariando fundos para site em defesa dos direitos humanos).
Envenenamento de "inimigos
da Rússia" não são novidade. Só na
Inglaterra, a partir de 2000, pelo menos quinze dissidentes ou críticos do
governo Putin foram envenenados. Se acrescentarmos os casos
"suspeitos" na Rússia, o número chega a cerca de trinta.
A corajosa jornalista
russo-americana, Masha Gessen, escreveu
no New Yorker, "autoridades de
inteligência russa transformaram envenenamentos políticos em algo corriqueiro e
numa espécie de forma de arte. Que os
inimigos russos do atual regime sejam frequentemente mortos, e mais amiúde por
envenenamento, é um fato que não requer elaboração."
Dada a letalidade desse
notório gás novichok, que era de uso
exclusivamente militar na 2ª Guerra Mundial,e pelo exército vermelho, grita aos céus que dado o seu caráter e
escopo, ele deveria ser descontinuado de imediato.
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