Os
aposentados enfermos, com atendimento em clínicas do SUS, sofrem e muito pelos contumazes
atrasos da prefeitura de Crivella. Alguns exemplos fornecidos pela reportagem
de O Globo: Francisco Alberto de
Oliveira, 50 anos, aposentado, tem aneurismas no antebraço esquerdo, caroços do
tamanho de bola de golfe, que é consequência da hemodiálise com 26 anos de
sessões. Como se não bastasse, o seu sofrimento aumentou no último ano pela
deterioração no serviço da Nefroclin, que teve de comprar material de segunda
linha, devido à falta de repasses da prefeitura por serviços prestados pelo SUS.
Já o dialisador, filtro empregado nas máquinas de hemodiálise, também
agora é de marca mais barata. Custa R$ 40, ao invés de R$ 70, e tem performance
de filtragem inferior, o que torna a
filtragem mais lenta, com demora de seis horas, duas a mais do que o normal, em
pacientes com casos mais complexos.
A nefrologista Carmen Villarino confirma que está sendo obrigada a usar
materiais mais baratos, e portanto menos eficazes. A clínica da Dra. Villarino é uma das 46
prejudicadas pela falta de repasses da prefeitura, que, ao todo, somam R$19
milhões. Somente à Nefroclin a prefeitura deve R$ 1,1 milhão, relativos aos
serviços de outubro, novembro e dezembro, que não foram pagos. Por mês, a
clínica faz cerca de 2.900 sessões de hemodiálise, e atende 255 pacientes, com
idades entre 17 e 70 anos, todos pelo SUS. "Já estou devendo R$ 250 mil ao
banco, para não atrasar o pagamento dos funcionários, nem comprometer ainda
mais a qualidade do serviço. É muito difícil trabalhar direito no país",
lamenta D. Carmen.
O presidente do Cremerj, Nelson
Nahon, disse que a entidade vai denunciar a Prefeitura ao Ministério Público
ainda esta semana.
Por sua vez, o Secretário Executivo da Associação Brasileira de Centros de Diálise e
Transplante, Carlos Pinho afirma que reunirá documentação para entrar com ação
contra a prefeitura na Defensoria Pública da União, na próxima semana: " O dinheiro é repassado à Prefeitura com
a regularidade correta pelo Governo Federal. Isso é apropriação indébita. Os
pacientes estão sendo punidos por má gestão, irresponsabilidade e
insensibilidade do poder público."
( Fonte: O
Globo )
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