Dados os respectivos
atos e eventuais atitudes, Donald Trump caminha com passos seguros para
tornar-se um dos presidentes americanos com maiores marcas em termos de medidas
negativas, e até mesmo repulsivas em matéria da afirmação de um legado
respeitável enquanto ao respeito do ser humano, a par de uma política inclusiva
para nortear o comportamento do próprio país.
Ter-se-á presente dentro de sua
obsessão de afastar o estrangeiro da pátria americana que Mr Trump começou já
nos primeiros dias de seu mandato a tentar mudar a visão americana de acolher o
estrangeiro que venha para a terra estadunidense guiado por boas intenções.
Nada mais revelatório e ilustrativo dessa visão negativa do alienígena, que os
seus primeiros decretos que tentavam barrar o ingresso dos forasteiros, mesmo
armados das boas intenções de estudar e aperfeiçoar o próprio conhecimento da
terra americana, que ao abrir os braços para ele junta a abertura da mente a
uma disposição positiva, que faria grande contributo não só para a sua imagem
mundial, mas também para postura generosa, voltada a acolher as mentes
melhores, muita vez perseguidas pela tacanhice de tantas terras, que se
empobrecem intelectualmente escorraçando intelectuais e todos aqueles que podem
somar no contexto social.
Sem o saber, a nova Administração do GOP ao esbarrar na jovem Sally
Yates que ficara encarregada temporariamente da Secretaria de Justiça, no
interregno Obama-Trump, a exonerou com a violência da pena que enxota o
estrangeiro. Convocada para o Senado, a jovem Yates pôs para correr o Senador Ted Cruz, pois ele desconhecia as
avenidas abertas pelo ato do Congresso para a Imigração e a Nacionalidade.
Parece que não é só o republicano Cruz que ignora o legado de uma disposição
que mostra o que pode significar a valorização do estrangeiro para os Estados
Unidos.
Infelizmente Trump projeta mensagem
bastante diversa em termos de apoio e convívio com o estrangeiro. Desde que
assumiu, a imagem no espelho da vida se deformou. A crueldade passou a ser um
ingrediente do direito americano: agora as crianças são separadas de seus pais,
os imigrantes legais são jogados na clandestinidade, por cruéis, abruptas
mudanças na legislação, e milhares de pessoas têm a própria existência posta
sob contingências que não têm outro motivo do que o preconceito contra o
estrangeiro. Sob os caprichos cruéis de
tal rejeição, força em última análise o alienígena a refugiar-se no manto
seboso, traiçoeiro e pesado da clandestinidade, obrigado a trocar, pela
demagogia de Trump, a segurança de existência sob a proteção da Lei, para outra
nos empregos clandestinos do submundo da ilegalidade. Qual pode ser a reação de
quem tem a própria posição, fundada na legalidade e em vida voltada para o
trabalho, de repente jogada para outra de sombras e da perene ameaça da
expulsão, tudo isso sem outra causa que a ânsia mesquinha de fomentar o ódio ao
alienígena, e para quê? A
quem aproveita perseguir o estrangeiro? Transformar a mãe gentil em madrasta
injusta e impiedosa? Quem lança as sementes da cizânia e do ódio, terá decerto
um futuro tenebroso pela frente...
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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