Colocados diante de Jair Bolsonaro (PSL) e de Fernando
Haddad (PT), candidatos do grupo
intermediário têm prazo certo para
tentar reverter a sua eventual exclusão do segundo turno.
De um lado, no bloco intermediário,
Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) têm catorze dias
para mudar um quadro que lhes barraria a respectiva entrada no segundo turno.
Ciro Gomes é o que, atualmente, talvez tenha maiores chances de
quebrar esse círculo de ferro, que ele chama de polarização odienta. Dentre os
seus piores adversários e mesmo inimigos, já foi identificada a mais perigosa e
mesmo nociva: a sua própria língua e consequente temperamento.
Já Geraldo Alckmin não mostra em seus números, sua presença de antes. Os próprios marqueteiros não indicam, tampouco. que vão alterar a busca do voto útil. Por outro lado, não seguiram a orientação
de FHC, o que, em se tratando de alguém
que venceu duas eleições presidenciais seguidas,
mereceria sem dúvida maior atenção. Até
o presente, falta-lhe aquela dinâmica que traduz para o eleitor tanto a determinação com que se proporia a enfrentar
situação por ora pouco favorável, mas da qual não transmite a impressão de
férrea vontade de levar de roldão os eventuais obstáculos..
Por sua vez Marina - que foi a mais atingida pelo crescimento das intenções de
voto de Fernando Haddad (PT) - não
mostra o dinamismo que teve no embate contra Dilma Rousseff - do qual só foi
afastada do Segundo Turno pela propaganda enganosa (e a proteção oficial) com o
ataque odiento que lhe foi feito no mais do que questionável quadro de que ela
estaria tirando a comida da mesa do trabalhador... Se ela fosse para o segundo
turno e não Aécio Neves, Dilma não teria sido vítima do impeachment, pela simples circunstância
de que Marina ganharia a eleição... Mas a
situação era bastante diversa, e a vitória de Dilma - que mais tarde se
tornaria vitória de Pirro - era favas contadas.
É uma pena que Marina - por uma série de
circunstâncias, a começar por um ridículo espaço de propaganda eleitoral (de
que ela, me pesa dizê-lo, é em boa parte responsável indireta) não possa
transmitir o respectivo programa com a ênfase e o espaço necessários. De
qualquer forma, não será uma grande surpresa se Marina, a real defensora dos fracos e oprimidos, surgir dentro da
mediocridade ambiente com aquela antiga disposição que já mostrou com a força e
a integridade que lhe é própria na
primeira eleição da Rousseff.
( Fontes: O Estado de
S. Paulo; experiência pessoal.)
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