domingo, 2 de setembro de 2018

Papa Francisco e o submundo eclesial


             
          Um ambiente reminiscente do submundo de capa e espada terá ressurgido com a inopinada visita do arcebispo Carlo Maria Viganò ao apartamento de repórter conservador na Santa Sé. Vinha incongruamente com um boné de beisebol e estória supostamente explosiva a relatar.
             Viganó, um monsenhor na Secretaria de Estado ao tempo do Cardeal Agostino Casaroli, e que mais tarde atuara na Nunciatura da Santa Sé nos Estados Unidos, recorria a um jornalista acreditado para transmitir mensagem que pensava tivesse caráter explosivo.    
             Dessarte, passou a manhã com o repórter Marco Tossatti para redigir uma carta de sete mil palavras, cuja narração teria sido 'aliviada' pelo jornalista. Ao chegar ao extremo de pedir a renúncia de Papa Francisco, apesar de enfurecido, o arcebispo não apresenta qualquer evidência incriminante, mas fornece suspeitas, condenando as supostas redes homossexuais dentro da Igreja,  que agiriam com poderes alegadamente tentaculares para atacar vítimas inocentes.
                 Quando a carta-denúncia foi concluída, Viganò desligaria o próprio celular, e manteria em segredo o respectivo destino, pois estaria preocupado com as consequências de suas 'revelações', e por conseguinte temia pela respectiva segurança.
                 Segundo os próprios hábitos, assim como a prática da Santa Sé, o Sumo Pontífice abstem-se de responder. De qualquer forma, o Santo Padre já fizera sentir a sua avaliação quanto a essa figura da Cúria romana, ao demiti-lo de suas funções.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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