Depois de muitos
rumores, afloraram no Times
confirmações sobre contatos de Washington de possível intervenção para derrubar
o governo Maduro.
Nesse sentido, houve reuniões secretas do governo Trump com militares rebeldes de alta patente em
2017.
A Casa Branca não quis comentar
acerca das conversações, mas afirmou em comunicado que era importante
engajar-se em um "diálogo com todos os venezuelanos que demonstram o
desejo de democracia" para "levar uma mudança positiva a um país que tem sofrido muito sob o governo
Maduro."
Segundo transpirou, no entanto,
um dos comandantes militares envolvidos nas conversações secretas não era
figura ideal para ajudar a restaurar a democracia, pois ele está na lista
estadunidense de funcionários corruptos...
Essa figura, cuja identidade não
foi revelada, juntamente com outros membros do aparato de segurança venezuelano
têm sido acusados por Washington de uma série de crimes, inclusive tortura e
prisão de centenas de opositores políticos, tráfico de drogas e colaboração com
a ex-FARC, que é considerada organização
terrorista pelos EUA.
Os americanos acabaram
decidindo não ajudar os militares, o que paralisou os planos de golpe. No
entanto, a disposição de funcionários do governo Trump de se encontrarem com
oficiais rebeldes com o escopo de promover a derrubada de um presidente pode
não ter a repercussão prevista pelos seus orrganizadores.
Os militares venezuelanos
buscaram acesso ao governo americano durante a presidência Obama, mas foram
ignorados. Já em agosto do ano passado, Trump declarou que os EUA tinham uma
opção militar para a Venezuela. Essa declaração atraíu censura de aliados na
região, mas encorajou os militares rebeldes a tentar de novo contato com
Washington.
Era o comandante em chefe a
dizê-lo, afirmou o líder militar - sempre sob anonimato - temendo represálias
do governo venezuelano: "não duvidei de que essa era uma mensagem."
Seguiu-se série de
encontros no exterior, que foram até o início de 2018. Neles, os militares
disseram aos americanos que representavam
centenas de membros das Forças Armadas preocupados com o autoritarismo
de Maduro. Esses oficiais pediram a Washington que lhes fornecesse rádios com
sistema criptografado, alegando a necessidade de se comunicarem em segredo,
enquanto preparavam plano para instalar governo de transição para comandar o
país até a realização de eleições.
No entanto, Washington rejeitou e o plano naufragou, após uma recente
operação que levou à prisão de dezenas de rebeldes. Há diversos anos as
relações entre os Estados Unidos e a Venezuela estão estremecidas, e por isso
desde 2010 os dois países não têm embaixadores. Desde que Trump assumiu o
poder, Washington intensificou sanções contra funcionários venezuelanos de alto
escalão, incusive Maduro, o vice-presidente, e vários ministros e militares.
Consoante ex-comandante
militar, há três diferentes grupos nas Forças Armadas da Venezuela que já
tramaram contra o governo Maduro.
Um desses grupos
estabeleceu contato com o governo americano por meio da embaixada estadunidense
em uma capital europeia. Quando a notícia chegou a Washington, funcionários da
Casa Branca ficaram intrigados. Temiam
que o pedido de encontro pudesse ser plano para gravar secretamente um
funcionário americano, conspirando contra o governo venezuelano.
No entanto, quando a
crise humanitária piorou em 2017, os funcionários estadunidenses tiveram clara
ideia dos planos e dos riscos que os homens que estavam tentando depor Maduro
corriam.
"Após uma série de discussões,
concordamos em ouvir o que eles tinham a dizer". No entanto, o funcionário
de alto escalão que delas participou disse que não está autorizado a falar
sobre as conversações secretas.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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