domingo, 9 de setembro de 2018

Washington discute intervenção contra Maduro


          
          Depois de muitos rumores, afloraram no Times confirmações sobre contatos de Washington de possível intervenção para derrubar o governo Maduro.
            Nesse sentido, houve  reuniões secretas do governo Trump  com militares rebeldes de alta patente em 2017.
            A Casa Branca não quis comentar acerca das conversações, mas afirmou em comunicado que era importante engajar-se em um "diálogo com todos os venezuelanos que demonstram o desejo de democracia" para "levar uma mudança positiva  a um país que tem sofrido muito sob o governo Maduro."
              Segundo transpirou, no entanto, um dos comandantes militares envolvidos nas conversações secretas não era figura ideal para ajudar a restaurar a democracia, pois ele está na lista estadunidense de funcionários corruptos...
               Essa figura, cuja identidade não foi revelada, juntamente com outros membros do aparato de segurança venezuelano têm sido acusados por Washington de uma série de crimes, inclusive tortura e prisão de centenas de opositores políticos, tráfico de drogas e colaboração com a ex-FARC, que é considerada organização terrorista pelos EUA.
                Os americanos acabaram decidindo não ajudar os militares, o que paralisou os planos de golpe. No entanto, a disposição de funcionários do governo Trump de se encontrarem com oficiais rebeldes com o escopo de promover a derrubada de um presidente pode não ter a repercussão prevista pelos seus orrganizadores.
                Os militares venezuelanos buscaram acesso ao governo americano durante a presidência Obama, mas foram ignorados. Já em agosto do ano passado, Trump declarou que os EUA tinham uma opção militar para a Venezuela. Essa declaração atraíu censura de aliados na região, mas encorajou os militares rebeldes a tentar de novo contato com Washington.
              Era o comandante em chefe a dizê-lo, afirmou o líder militar - sempre sob anonimato - temendo represálias do governo venezuelano: "não duvidei de que essa era uma mensagem."
               Seguiu-se série de encontros no exterior, que foram até o início de 2018. Neles, os militares disseram aos americanos que representavam  centenas de membros das Forças Armadas preocupados com o autoritarismo de Maduro. Esses oficiais pediram a Washington que lhes fornecesse rádios com sistema criptografado, alegando a necessidade de se comunicarem em segredo, enquanto preparavam plano para instalar governo de transição para comandar o país até a realização de eleições.
                   No entanto, Washington rejeitou  e o plano naufragou, após uma recente operação que levou à prisão de dezenas de rebeldes. Há diversos anos as relações entre os Estados Unidos e a Venezuela estão estremecidas, e por isso desde 2010 os dois países não têm embaixadores. Desde que Trump assumiu o poder, Washington intensificou sanções contra funcionários venezuelanos de alto escalão, incusive Maduro, o vice-presidente, e vários ministros e militares.
                    Consoante ex-comandante militar, há três diferentes grupos nas Forças Armadas da Venezuela que já tramaram contra o governo Maduro.
                      Um desses grupos estabeleceu contato com o governo americano por meio da embaixada estadunidense em uma capital europeia. Quando a notícia chegou a Washington, funcionários da Casa Branca ficaram intrigados.  Temiam que o pedido de encontro pudesse ser plano para gravar secretamente um funcionário americano, conspirando contra o governo venezuelano.
                      No entanto, quando a crise humanitária piorou em 2017, os funcionários estadunidenses tiveram clara ideia dos planos e dos riscos que os homens que estavam tentando depor Maduro corriam.
                        "Após uma série de discussões, concordamos em ouvir o que eles tinham a dizer". No entanto, o funcionário de alto escalão que delas participou disse que não está autorizado a falar sobre as conversações secretas.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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