Não é difícil de
entender a decisão da Colômbia, assim como de Canadá e da Guiana, de não
assinarem o comunicado do Grupo de Lima, que rechaça qualquer intervenção
militar na Venezuela, como alvitra o Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro.
O Governo Nicolás Maduro - que
acaba de coletar mais uma recusa, que foi a da República Popular da China,
através do próprio Xi Jinping, de prestar-lhe qualquer ulterior ajuda
financeira - abandonou, na prática, toda
possibilidade de lograr mudanças efetivas na administração de seu país.
Existe na Venezuela a situação de calamidade
pública, calamidade essa criada por um misto de incompetência política e
econômica, e de um sistema de governo em
que a incapacidade administrativa se une à corrupção sistêmica do chavismo, que
resulta nessa hiper-inflação, com seu
consequente criminoso desabastecimento da economia, além do concomitante
enriquecimento da camarilha ligada a tal regime, a supressão de toda a
democracia (vide fechamento da Assembléia Legislativa e criação, por fraude
monumental, da Constituinte dos Bairros, com a ulterior vergonha de ser
denunciada pela própria firma que montou o seu sistema de votação). Para completar, a democracia não mais existe
na Venezuela, e o que há é um regime - que só não é totalitário pela
incapacidade de Maduro & Cia de ter um entendimento mais elaborado da
realidade que lhe caíu no colo com a morte de seu padrinho, Hugo Chávez Frias,
sendo por conseguinte fundamente corrupto, e criminoso pelo seu cinismo em
locupletar-se às custas da miséria de um povo condenado à morte lenta de ouvir
a demagogia discurseira de Delcy
Rodriguez, enquanto a falsa elite que o
dirige se aproveita da situação enquanto Braz - na verdade Nicolás - for
tesoureiro de tal regime.
É dificil ver nesse subgoverno - com as suas masmorras, a sua tortura, e
as suas tristes, embaraçosas ao extremo, homenagens, ao Libertador, - que jamais mereceria essa cínica louvaminhação, ainda
que passageira - enquanto pespega a quadrilhas de torturadores o nome
"bolivariano" - em incrível audácia que diz muito das mentes pequenas
que estão por trás de dessa infernal parafernália.
Por isso, a decisão da Colômbia é a única possível.
Qualquer metáfora, de resto, que se utilize, aponta para a extrema conveniência
e urgência de que o Continente Latino-Americano venha a livrar-se dessa imensa
chaga, que não creio queiram os nossos governantes mergulhar na corrupção, na
miséria popular, e em um Quarto Mundo na América Latina, de que a Colômbia, por
muito tendo de coexistir com a profunda incapacidade da sub-elite que ora
dirige o que da Venezuela resta, seja forçada a continuar a manter relações com
regime que se tornou a vergonha não só para a América Latina, mas para todo o
mundo civilizado.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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