O Ministro Gilmar
Mendes, do STF, criticou ontem o que chamou de "hiperativismo" do
Judiciário em relação a candidatos nas eleições de outubro. Segundo Gilmar, há
um notório "abuso de poder de litigar" e um risco de "tumultuar"
a disputa.
O Ministro se manifestou ao ser questionado
sobre a prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado e alvo
de duas operações anteontem. Gilmar também citou os casos envolvendo os
candidatos à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT).
Gilmar:
"Não tenho dados sobre o caso (de
Beto Richa), mas, de fato, todo esse hiperativismo que se revela no
contexto, na prisão, neste caso, nos processos contra candidatos, Alckmin,
Haddad, com processos antigos... Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um
episódio de 2011. Acho que é preciso haver moderação. Do contrário, daqui a
pouco nós podemos tumultuar o pleito eleitoral. Sabemos lá que tipo de
consórcio há entre um grupo de investigação
e um dado candidato", disse a propósito o Ministro do STF.
Na semana passada, o Ministério
Público de São Paulo ajuizou ação de improbidade administrativa contra Alckmin.
Um dia antes, Haddad foi denunciado pela Promotoria pelos crimes de corrupção,
lavagem de dinheiro e quadrilha. Contra o petista, o Ministério Público de São
Paulo ainda moveu uma ação de improbidade administrativa. Os candidatos negam
irregularidades.
"É notório um abuso de poder de
litigar. É preciso, realmente, colocar freios. A Procuradoria-Geral da
República tem que atuar nisso e também o Conselho Nacional do Ministério
Público. Acho que em boa hora o CNMP tomou essa deliberação", disse
Gilmar, citando memorando do conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello,
integrante do CNMP, que pediu à Corregedoria Nacional que apurasse a
"regularidade da instrução de feitos que possam ter impacto nas eleições
de 2018".
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário