A pergunta está no ar
há seis meses: quem matou a vereadora do
PSOL e o seu motorista, assassinados a tiros, à noitinha, em rua do Estácio.
Até o momento não se sabe quem matou Marielle
e quem a mandou matar. A polícia trabalha com cinco suspeitos, que estão
presos, cumprindo penas por outros crimes.
São eles:o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo,o Orlando Curicica, apontado
como chefe de quadrilha de milicianos; o ex-bombeiro Luis Claudio Ferreira Barbosa e o ex-PM Alan Nogueira.
As denúncias que levaram os agentes
aos nomes dos suspeitos partiram de outro policial, que confessou ter integrado
o mesmo grupo paramilitar. Em depoimento, o delator - que teve a identidade
preservada - disse ter presenciado conversas entre Curicica e o vereador
Marcelo Siciliano (PHS), em junho de 2017. Nesses encontros, o assassinato de
Marielle teria sido encomendado pelo vereador.
Com medo de ser morta, a testemunha
prestou depoimento em troca de proteção. Siciliano negou envolvimento. Afirmou
reiteradas vezes ser amigo pessoal da vereadora, tendo aprovado projetos de lei
em parceria com ela.
Em abril, Carlos Alexandre Pereira
Maia, assessor de Siciliano, foi morto. A polícia investiga se foi "queima de arquivo". Dois homens
suspeitos pela morte do assessor foram presos
e completam a lista de cinco detidos: Ruy Ribeiro Bastos e Thiago Bruno
de Mendonça - sobre este último, pesa a suspeita de ter monitorado os passos de
Marielle no dia do assassinato.
A polícia investiga, outrossim, a
possibilidade de a vereadora ter sido seguida desde que deixou o evento da
Lapa. Segundo investigadores, imagens de câmeras de segurança da região
registraram dois homens parados em um veículo por duas horas na cercania da
Casa das Pretas, na rua dos Inválidos (Lapa) onde Marielle estava em uma
reunião.
As suas principais militâncias:
feminista, negra e criada na comunidade da Maré, na zona norte do Rio, sendo sua
mais relevante militância a defesa dos moradores de favelas,
principalmente negros e mulheres. Ela havia denunciado supostos abusos
do 41º batalhão, de Acari, o que mais matou pessoas nos últimos 5 anos, segundo o Instituto de
Segurança Pública.
O ataque ao carro em que estava Marielle
teve uma única sobrevivente. Ela disse
que só conseguiu ouvir um estrondo e não viu nada de o que ocorria fora do
carro no momento dos disparos. Ela conseguiu apenas retirar a perna de Anderson
do acelerador, desligar o carro e se jogar para fora.
Quanto à Polícia Federal
haver entrado nas investigações, a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, chegou a manifestar que
pediria a federalização das investigações, mas depois afirmou esperar que isso
não fosse necessário. O comando das investigações das mortes de Marielle e
Anderson continua com a Polícia Civil do Rio.
(
Transcrito da Folha de S. Paulo, 15 de setembro de 2018. )
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