sábado, 15 de setembro de 2018

Quem matou Marielle Franco e Anderson ?


                  
       A pergunta está no ar há seis meses:  quem matou a vereadora do PSOL e o seu motorista, assassinados a tiros, à noitinha, em rua do Estácio.
          Até o momento não se sabe quem matou Marielle e quem a mandou matar. A polícia trabalha com cinco suspeitos, que estão presos, cumprindo penas por outros crimes.  São eles:o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo,o Orlando Curicica, apontado como chefe de quadrilha de milicianos; o ex-bombeiro Luis Claudio Ferreira  Barbosa e o ex-PM Alan Nogueira.
           As denúncias que levaram os agentes aos nomes dos suspeitos partiram de outro policial, que confessou ter integrado o mesmo grupo paramilitar. Em depoimento, o delator - que teve a identidade preservada - disse ter presenciado conversas entre Curicica e o vereador Marcelo Siciliano (PHS), em junho de 2017. Nesses encontros, o assassinato de Marielle teria sido encomendado pelo vereador.
            Com medo de ser morta, a testemunha prestou depoimento em troca de proteção. Siciliano negou envolvimento. Afirmou reiteradas vezes ser amigo pessoal da vereadora, tendo aprovado projetos de lei em parceria com ela.
             Em abril, Carlos Alexandre Pereira Maia, assessor de Siciliano, foi morto. A polícia investiga se foi "queima de arquivo". Dois homens suspeitos pela morte do assessor foram presos  e completam a lista de cinco detidos: Ruy Ribeiro Bastos e Thiago Bruno de Mendonça - sobre este último, pesa a suspeita de ter monitorado os passos de Marielle no dia do assassinato.
              A polícia investiga, outrossim, a possibilidade de a vereadora ter sido seguida desde que deixou o evento da Lapa. Segundo investigadores, imagens de câmeras de segurança da região registraram dois homens parados em um veículo por duas horas na cercania da Casa das Pretas, na rua dos Inválidos (Lapa) onde Marielle estava em uma reunião.
               As suas principais militâncias: feminista, negra e criada na comunidade da Maré, na zona norte do Rio, sendo sua mais relevante militância a defesa dos moradores de favelas, principalmente negros e mulheres. Ela havia denunciado supostos abusos  do 41º batalhão, de Acari, o que mais matou pessoas  nos últimos 5 anos, segundo o Instituto de Segurança Pública.
                 O ataque ao carro em que estava Marielle teve uma única sobrevivente.  Ela disse que só conseguiu ouvir um estrondo e não viu nada de o que ocorria fora do carro no momento dos disparos. Ela conseguiu apenas retirar a perna de Anderson do acelerador, desligar o carro e se jogar para fora.
                  Quanto à Polícia Federal haver entrado nas investigações, a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, chegou a manifestar que pediria a federalização das investigações, mas depois afirmou esperar que isso não fosse necessário. O comando das investigações das mortes de Marielle e Anderson continua com a Polícia Civil do Rio.

( Transcrito da Folha de S. Paulo, 15 de setembro de 2018. )

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