Em carta publicada na quinta-feira, dia
vinte, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso diz que o país vive
momento "decisivo", com "radicalização dos sentimentos políticos"
em um "pano de fundo sombrio".
Sem citar
candidatos, FHC afirma que, se um
dos polos for vencedor, este "terá enormes dificuldades para obter a
coesão nacional suficiente e necessária" para superar a crise.
Ainda segundo ex-presidente, a
solução passa pela escolha de "uma liderança serena", com "capacidade
política para pacificar e governar o país", entre os "candidatos que
não apostam em soluções extremas".
Mais tarde, talvez em um
repensamento, no Twitter, escreveu
que, apesar desse figurino caber em Geraldo
Alckmin (PSDB), do seu partido, "não se convida para encontro dizendo
'só com este eu falo'".
Há preocupação no centro e nos
partidos que apóiam o candidato do PSDB que Alckmin não estaria apresentando o
discurso necessário para se tornar competitivo. A entrada na liça de Fernando
Henrique pode atender, ainda que em parte, a tais preocupações e mesmo
inquietudes.
Sem embargo, a linguagem de
Alckmin terá crescido em algum diapasão, em esforço para adequar-se ao desafio.
Dentre os candidatos, malgrado a
aparente pletora, o seu número é decerto excessivo. Há muitos que estão ali
para fazer número. Se bem que haja exceções, há substancial parcela que nem com
vara mágica logrará efetuar o milagre de transformar pedras em votantes.
Talvez uma marca do subdesenvolvimento
político esteja não só na ritual apresentação de figuras que tem chance zero de
eleição - e este pedaço de pano se destina a pouquíssimas figuras que se
esforçam em representar o papel do faz-de-conta a cada eleição presidencial -
e há outros personagens que em floreios de oportunismo logram patéticas nesgas
de atenção, com fantomáticos programas que vão parar - qualquer que seja a
ideologia - na conhecida lata do camarada Trotsky.
(
Fonte: Folha de S. Paulo et al.)
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