quarta-feira, 15 de maio de 2019

Venezuela: exército cerca Assembleia


                 
        Reeditando brincadeira de gato e rato, sob pretexto de enésima ameaça de bomba, o exército chavista cercou a Assembleia Nacional, e impediu o ingresso de seus deputados, que haviam sido convocados por Juan Guaidó.
         Diante desse novo abuso de poder, o líder opositor acusou o governo Maduro de tentar fechar o parlamento e, por conseguinte, convocou para hoje nova sessão.
         Para os colegas de Guaidó, a denúncia de bomba é uma sovada desculpa para obstar a entrada nas instalações da Assembleia, e dessarte  não poder discutir o indiciamento de dez deputados opositores pelo malogrado levante militar contra Nicolás Maduro.
           Sob a repetida alegação da ameaça de bomba os chavistas chamaram  a Guarda Nacional Bolivariana (GNB), a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e o Serviço Bolivariano  de Inteligência (o notório Sebin) para cercar as instalações da A.N.  O contingente de militares da GNB  fechou os acessos ao Palácio Legislativo e, mais tarde, aumentou o perímetro de isolamento.
  
            Segundo a deputada Manuela Bolivar:" É algo recorrente. Não é primeira vez que isso acontece. Trata-se de política para tentar enfraquecer a Assembleia."

              Por sua vez, o deputado Jorge Millán conta que, ao chegarem ontem à sede do Legislativo, os deputados encontraram "um piquete da Polícia Nacional", que lhes barrou o ingresso.  A par disso, Millán denunciou a presença dos famigerados colectivos, que são grupelhos pinçados na mala vita, a exemplo dos esquadrões fascistas, encarregados de intimidar e se for necessário ferir os cidadãos venezuelanos que se oponham  ao chavismo.  
                 Em evoluções posteriores ao Levante dos deputados da Assembleia Nacional, houve o episódio ligado a Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia, que foi preso e conduzido para o forte Tiuna. Atemorizados com os excessos chavistas, três deputados se refugiaram nas embaixadas de Itália e Argentina, e outro fugiu para a vizinha Colômbia.

                    Outro boneco da ditadura de Maduro, o Supremo Tribunal de Justiça acusou mais cinco deputados da oposição pela malograda sublevação, o que levou a indiciamento total de 14 legisladores por "traição". Ainda para a formação desse farcesco dossier montado pela ditadura, o STJ, que é uma espécie de pau-pra-toda-obra de Maduro, considerou comprometida a responsa-bilidade dos seguintes parlamentares:  Carlos Paparoni, Miguel Pizarro, Franco Casella e Winston Flores.
                      Nunca um tribunal tão desmoralizado pelas tábuas da Lei quanto esse Tribunal Supremo de Justitia tem servido como espantalho do regime chavista, e isso desde as eleições que saíram para os ineptos adeptos de Maduro como um tiro pela culatra.

                 Até quando esse ditador de fancaria abusará da paciência do povo venezuelano  com as suas cartas marcadas e as tristes, patéticas mesmo,  empulhações de um regime desmoralizado?

( Fontes: O Estado de S. Paulo, M.T. Cícero )

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