Reeditando brincadeira de gato e rato, sob pretexto de enésima ameaça de
bomba, o exército chavista cercou a Assembleia Nacional, e impediu o ingresso
de seus deputados, que haviam sido convocados por Juan Guaidó.
Diante desse novo abuso de poder, o líder opositor acusou o governo
Maduro de tentar fechar o parlamento e, por conseguinte, convocou para hoje
nova sessão.
Para
os colegas de Guaidó, a denúncia de bomba é uma sovada desculpa para obstar a
entrada nas instalações da Assembleia, e dessarte não poder discutir o indiciamento de dez
deputados opositores pelo malogrado levante militar contra Nicolás Maduro.
Sob
a repetida alegação da ameaça de bomba os chavistas chamaram a Guarda Nacional Bolivariana (GNB), a Polícia
Nacional Bolivariana (PNB) e o Serviço Bolivariano de Inteligência (o notório Sebin) para cercar as instalações da
A.N. O contingente de militares da
GNB fechou os acessos ao Palácio
Legislativo e, mais tarde, aumentou o perímetro de isolamento.
Segundo a deputada Manuela
Bolivar:" É algo recorrente. Não é primeira vez que isso acontece.
Trata-se de política para tentar enfraquecer a Assembleia."
Por sua vez, o deputado Jorge
Millán conta que, ao chegarem ontem à sede do Legislativo, os deputados
encontraram "um piquete da Polícia Nacional", que lhes barrou o
ingresso. A par disso, Millán denunciou
a presença dos famigerados colectivos, que são grupelhos pinçados na mala vita, a exemplo dos esquadrões fascistas,
encarregados de intimidar e se for necessário ferir os cidadãos venezuelanos
que se oponham ao chavismo.
Em evoluções posteriores ao Levante dos deputados da Assembleia Nacional,
houve o episódio ligado a Edgar Zambrano, vice-presidente
da Assembleia, que foi preso e conduzido para o forte Tiuna. Atemorizados com os excessos chavistas, três deputados se
refugiaram nas embaixadas de Itália e Argentina, e outro fugiu para a vizinha
Colômbia.
Outro boneco da ditadura de Maduro, o Supremo Tribunal de Justiça acusou
mais cinco deputados da oposição pela malograda sublevação, o que levou a
indiciamento total de 14 legisladores
por "traição". Ainda para a formação desse farcesco dossier montado pela ditadura, o STJ,
que é uma espécie de pau-pra-toda-obra de
Maduro, considerou comprometida a
responsa-bilidade dos seguintes parlamentares:
Carlos Paparoni, Miguel Pizarro, Franco Casella e Winston Flores.
Nunca um tribunal tão
desmoralizado pelas tábuas da Lei quanto esse Tribunal Supremo de Justitia tem servido como espantalho do
regime chavista, e isso desde as eleições que saíram para os ineptos adeptos de
Maduro como um tiro pela culatra.
Até quando esse ditador de
fancaria abusará da paciência do povo venezuelano com as suas cartas marcadas e as tristes,
patéticas mesmo, empulhações de um regime
desmoralizado?
(
Fontes: O Estado de S. Paulo, M.T. Cícero )
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