Com
a passagem definitiva desta - e já faz algum tempo - o Clube de Regatas Vasco
da Gama, de tantas glórias no passado, inclusive campeonatos invictos, depois
de no ano passado conseguir ficar raspando na primeira divisão - a descida, e
não seria novidade, para a segundona
só foi evitada na última rodada do Campeonato Nacional - com um elenco muito fraco e o campeonato nacional em pleno vapor,
já se acha de novo na lanterna com um único ponto ganho, após várias rodadas.
Para a torcida - que continua grande, mas não mais tão confiante, e com
carra-das de razão - passou a era Eurico
Miranda, que ao cabo deixou a
torcida com as mãos abanando.
Não pretendo discutir sobre as eventuais responsabilidades de Eurico,
com a sua longa presença à frente do CRVG. Ele era um personagem carismático,
mas também uma personalidade polêmica. Contribuíu decerto com campeonatos
nacionais, e o último talvez tenha sido arrancado em São Januário, em começos
desse século.
No entanto, as direções do Vasco sempre
tiveram o vezo de vender demasiado depressa as grandes promessas - e nesse
contexto, Felipe Coutinho foi um deles. O scratch
canarinho esteve irreconhecível na maior parte da disputa da Copa de Moscou,
mas o gol de trivela de Coutinho nos recordou que esse craque fora vendido às
pressas para a Europa, sem que a maior parte da torcida se desse conta de o que
o velho Almirante estava perdendo com aquela transação, feita sob um prisma
demasiado apressado e colonial mesmo.
Nunca vi proveito nesse prática em que os clubes, sob a pressão dos
empresá-rios, tendam a desfazer-se demasiado depressa de seus principais
valores, o que sempre foi atitude característica de clube pequeno.
Esse começo do CRVG no campeonato nacional já é um vexame para um team de
ainda grande torcida e com o seu passado retrospecto. Ser o lanterníssima com um único ponto ganho
constitui motivo de risota, pra dizer o mínimo. A resposta a esse desafio pela
sua atual direção foi contratar um bom técnico (W. Luxemburgo), mas a
debilidade do velho Vasco - que submetera no passado (anos cinquenta) o
Flamengo, sempre o grande rival, a oito anos de jejum, numa freguesia pra
ninguém botar defeito - hoje é visível,
sem grandes jogadores à disposição, e
quando temos um bom, como o goleiro reserva da seleção uruguaia, a triste
tradição é perdê-lo, o que nos sujeita a
aguentar frangos & Cia.
A última boa atuação do Vasco no Campeonato Nacional não foi há muito
tempo e ele estava sob a presidência de Roberto Dinamite. Infelizmente, faltou
a Roberto maior apoio na CBD, a ponto de termos sido, na época, objeto de
estranhíssimos juízes e de outros pontos em empates que eram difíceis de
engolir, em uma estratégia de nos arrancar pontinhos preciosos, através de
estranhas decisões de juízes, alguns deles manifestamente despreparados para
apitarem jogos no Campeonato Nacional, e no nível dos times de cima. Para
resumir a estória, o Dinamite bolou como resposta final à ajuda que o
Corinthians recebeu durante o campeonato e que tendia a explicar o porquê de
ter sido o campeão brasileiro naquele ano, uma exposição sobre o Campeão Moral
do Campeonato Nacional daquele ano, não tão longínquo assim. Tudo aquilo que contribuíu para aquela
estranha exposição do campeão moral do
campeonato nacional, fazia decerto
muito sentido, exceto em um: os paredros do Corinthians riram a bandeiras
despregadas, porque apesar do choro e de que realmente o Vascão fora
prejudicado, os protestos tardios de nada serviram para retirar o título do
Corinthians, por mais ajuda que esse team de grande torcida em São Paulo haja
recebido.
Deu-me pena pela
estratégia de resposta do Dinamite, mas em futebol não há campeões morais. E aquela foi a última oportunidade em que a
força na federação valeria mais do que o futebol no campo...
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