Com poucas, deveras exíguas exceções, o novo
Governo Bolsonaro tem uma atuação inicial no Congresso que sequer seja comparável, em termos de firmeza de princípios e de coerência
fiscal, com passadas Administrações. Ao
contrário da praxe que é a de Câmara e Senado serem deferentes com o novo Poder
ungido pelas urnas, o Governo Bolsonaro
vem sendo tratado muito mal pelo Congresso, como se a sua eleição fosse dúbia e
não correspondesse ao querer do Povo Soberano. Ao invés disso, o que ora se
assiste pode ser equiparado a acintoso deboche da vontade e da resolução deste
Povo. Esquecem depressa demais que o
Brasil votou movido pelo desejo de mudança, e de reforma dos padrões pregressos
Como se pode, portanto, admitir
tanta fraqueza de parte desse novo Governo, diante de um Congresso que, ao
invés de dar-lhe condições de atender ao querer do Povo brasileiro, resolve
sabe-se lá pelo que lhe dê na telha, não só em desmerecer o aturado respeito
pelas proposições da novel Administração - o que, na verdade, refletiria a consuetudinária conformidade à implementação
das propostas e objetivos da Administração recém-empossada, e a quem, portanto,
se deve dar todo o devido crédito, pois dessarte se respeitará o voto de
confiança que lhe foi dado pelo Povo Soberano. Na verdade, o poder assemblear
deveria conscientizar-se que não pode afrontar a vontade do Povo Soberano
através de decisões como a de retirar o Coaf
do Ministério da Justiça, para passá-lo sanhudamente ao da Economia. Com efeito,
na velha expressão do tribuno Carlos Lacerda, que os alegres compadres de
Brasília cuidem de esquecer seus propósitos inconfessáveis, e ao invés
respeitem designações políticas que exprimem a vontade nacional de combate sem
trégua à corrupção. A Lava-Jato configura uma
idéia-força nacional, que não pode e não
deve ser afrontada de modo algum.Tal equivale a uma sanhuda tentativa de deboche
do Povo Soberano, o que, de nenhuma forma, pode ser admitido.
À Nação, e por conseguinte ao Povo
Soberano, é inadmissível o tratamento que vem sendo dispensado, em várias
designações-chave, à Nova Administração.
Há correntes que, de forma afrontosa, e afetando desconhecer o querer do Povo
brasileiro, vem intentando desrespeitar ordenações que atenderiam à manifesta
aspiração de mudança e de efetivo respeito à Lei. Qual o propósito de afastar o
Juiz Sérgio Moro e o Ministério da Justiça, que em boa hora lhe foi confiado,
de dispor igualmente do Coaf ? Que
mensagem se mandaria ao Povo brasileiro no afastamento do Coaf do controle do
Ministro Moro ? Não se estaria assistindo, no caso que, ao contrário da praxe que é a de vela de
libra para a Nova Administração, haveria um iterado desrespeito das designações e
eventuais linhas políticas do novo Governo ?.
(
Fontes: O Globo, O Estado de S. Paulo )
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