sexta-feira, 10 de maio de 2019

Confirma-se o desastre anunciado ?


                        
         Com  poucas, deveras exíguas exceções, o novo Governo Bolsonaro tem uma atuação inicial no Congresso  que sequer seja comparável,  em termos de firmeza de princípios e de coerência fiscal, com passadas Administrações.  Ao contrário da praxe que é a de Câmara e Senado serem deferentes com o novo Poder ungido pelas urnas,  o Governo Bolsonaro vem sendo tratado muito mal pelo Congresso, como se a sua eleição fosse dúbia e não correspondesse ao querer do Povo Soberano. Ao invés disso, o que ora se assiste pode ser equiparado a acintoso deboche da vontade e da resolução deste Povo.  Esquecem depressa demais que o Brasil votou movido pelo desejo de mudança, e de reforma dos padrões pregressos

           Como se pode, portanto, admitir tanta fraqueza de parte desse novo Governo, diante de um Congresso que, ao invés de dar-lhe condições de atender ao querer do Povo brasileiro, resolve sabe-se lá pelo que lhe dê na telha, não só em desmerecer o aturado respeito pelas proposições da novel Administração - o que, na verdade, refletiria  a consuetudinária conformidade à implementação das propostas e objetivos da Administração recém-empossada, e a quem, portanto, se deve dar todo o devido crédito, pois dessarte se respeitará o voto de confiança que lhe foi dado pelo Povo Soberano. Na verdade, o poder assemblear deveria conscientizar-se que não pode afrontar a vontade do Povo Soberano através de decisões como a de retirar o Coaf do Ministério da Justiça, para passá-lo sanhudamente ao da Economia. Com efeito, na velha expressão do tribuno Carlos Lacerda, que os alegres compadres de Brasília cuidem de esquecer seus propósitos inconfessáveis, e ao invés respeitem designações políticas que exprimem a vontade nacional de combate sem trégua à corrupção. A Lava-Jato configura uma idéia-força  nacional, que não pode e não deve ser afrontada de modo algum.Tal equivale a uma sanhuda tentativa de deboche do Povo Soberano, o que, de nenhuma forma, pode ser admitido.

           À Nação, e por conseguinte ao Povo Soberano, é inadmissível o tratamento que vem sendo dispensado, em várias designações-chave, à Nova Administração.  Há correntes que, de forma afrontosa, e afetando desconhecer o querer do Povo brasileiro, vem intentando desrespeitar ordenações que atenderiam à manifesta aspiração de mudança e de efetivo respeito à Lei. Qual o propósito de afastar o Juiz Sérgio Moro e o Ministério da Justiça, que em boa hora lhe foi confiado, de dispor igualmente do Coaf ? Que mensagem se mandaria ao Povo brasileiro no afastamento do Coaf do controle do Ministro Moro ? Não se estaria assistindo, no caso  que, ao contrário da praxe que é a de vela de libra para a Nova Administração, haveria  um iterado desrespeito das designações e eventuais linhas políticas do novo Governo ?.

( Fontes: O Globo, O Estado de S. Paulo )


Nenhum comentário: