Diante da dificuldade
do governo em dialogar com o Congresso Nacional, parlamentares decidiram
assumir protagonismo pela definição da agenda econômica e deixar as iniciativas
do Planalto em segundo plano.
Dentro dessa nova ótica da relação entre
os Poderes, lideres tem defendido que o
processo de reformas necessárias para o
país retomar o crescimento venha a ser liderado pelo Legislativo.
Desde a redemocratização, o Executivo
sempre foi o protagonista da pauta econômica do país. Doravante, se abre a
possibilidade de que o Congresso passe a ter maior participação nesse
processo. E disso são visíveis os sinais
nas reformas tributária e da Previdência.
O deputado Marcelo Ramos
(PR-Amazonas), presidente da Comissão Especial que discute a reforma da
Previdência, afirmou que o grupo pode votar um texto alternativo, o que
significa que serão feitas mudanças a partir da proposta original enviada pelo
governo, retirando pontos considerados polêmicos. A decisão de que o Congresso
assumirá de vez a formatação da reforma foi tomada esta semana numa reunião de
líderes do Centrão, na casa do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
O Deputado Ramos, em declarações à TV
Globo, disse : Dentro da lógica de
blindar a pauta econômica e de dar protagonismo maior à Câmara dos Deputados
(...) consideramos como hipótese a ideia
de um projeto substitutivo ao projeto encaminhado pelo governo.
A contraposição entre o Governo e a Câmara
dos Deputados transpira nas declarações de Ramos: "Toda a proposta do
governo é fundada numa idéia de um cheque
em branco para o governo fazer a capitalização. Esse cheque em branco a
Câmara não vai dar."
A atmosfera desfavorável nas relações entre Governo e Câmara
transpiram nas assertivas de Ramos. Para ele, as mudanças no texto ajudariam a
conquistar os 308 votos necessários para a aprovação da proposta.
Segundo o deputado: "Não é um
texto novo, do zero. O governo só atrapalha:
não dá centralidade à reforma da
Previdência, quer tratar um monte de pautas e reiteradas vezes demonstra desapreço
pelo Congresso. Nosso foco é manter a
economia de R$ 1 trilhão em dez anos e o cronograma de votação."
Por sua vez, Rodrigo Maia, que entrou em conflito
com Bolsonaro por considerar que o presidente fazia uma defesa sem entusiasmo
da reforma, acredita que caberá ao Parlamento liderar a agenda econômica. "Tenho a certeza que
nem a Câmara, nem o Senado vai fugir de sua responsabilidade de organizar de
forma racional o processo de reestruturação do Estado brasileiro" - disse
Maia a O Globo.
Nesse quadro, o porta-voz da
Presidência, Otávio Rego Barros,
disse que Bolsonaro acredita que "a melhor reforma, segundo o princípio do
Presidente, é aquela que nós já levamos para o Congresso", E acrescentou
que está aberto ao "diálogo" com as duas Casas.
( Fonte: O Globo )_
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